Chegamos em casa falando animadamente sobre como aquele monstrengo parecia a uma semana sem tomar banho ou sem ter nenhum hábito de higienização.
Entramos na sala e encontramos minha mãe e Héctor sentados no sofá conversando seriamente. Eles olham para nós e parecem se revisar de quem falaria primeiro.
— Tem alguma coisa errada?- Teodore pergunta sentindo a tensão no ar.
— Thomas, Alyssa, precisamos ter uma séria conversa com vocês.- Héctor nos olha sério.
Eu e Thomas nos entreolhamos e sentamos no sofá, enquanto Téo e Lua esperam na cozinha.
Nossos pais olham para nós tentando indentificar algum erro mais depois suspiram. Héctor é o primeiro a falar.
— Descobrimos algo extremamente importante é queremos que vocês, sejam os primeiros a saber, porque confiamos no potencial de vocês.- ele olha nos nossos olhos.
— Está me deixando preocupada...- digo me encolhendo, Thomas pega minha mão e segura fortemente. Nossos pais olham nossas mãos juntas e fazem uma cara confusa.
— Quando foi que isso...?- minha mãe tenta falar mas eu a interrompi.
— Falem, este assunto é para depois.
— Seu pai está vivo Alyssa.- Héctor diz olhando nos meus olhos.
Meu pai? Vivo? Como é possível?
— I-Isso não é possível, eu fui no enterro dele! Eu vi ele falecer nos meus braços, vi ele levar um tiro!- digo com lágrimas nos olhos.
— Filha, o caixão do seu pai estava vazio, porque não encontramos o corpo dele no tiroteio. Ele está a 2 anos em coma no Hospital de LunkesPoint.- minha mãe abaixa o olhar.
Eu sabia o que ela estava sentindo. Porque eu sentia muito pior do que tudo isso. Saber que o homem que me criou e ensinou tudo o que eu aprendi – Incluindo matar um mosquito com uma mão só, mas essa é outra história – está vivo e em coma me deixa sem o que fazer, sem o que reagir e a o que falar.
Por isso eu fugi.
Levantei do sofá da sala em um supetão, atravessei a cozinha aonde os outros estavam bisbilhotando, e corri o mais longe possível daquele cômodo ao mesmo tempo que ouvia os outros gritarem meu nome.
Nada importava, eu só queria esfriar a cabeça.
Por isso eu fui até a Casa da Árvore. Aquele lugar me transmitia calmaria e aconchego e tinha uma aura calorosa como um abraço, que nos envolvia por completo. Acabo me lembrando da primeira vez que estive aqui.
— Por que quis me mostrar este lugar?- sussurro ainda abraçada com ele.
— Porque este lugar é uma parte importante de mim, e você é uma parte importante para mim. E eu queria que você conhecesse essa parte de mim. Entende?
Sorrio ao me lembrar que ainda tinha Thomas ao meu lado para me ajudar a enfrentar tudo isso. Afinal, era sempre ele não era? Sempre me ajudando nas burradas que eu me metia e metia ele também.
Talvez ele realmente me ame como diz amar...
E com esse pensamento caloroso na mente eu me deitei nos travesseiros e dormi me encolhendo do frio.
❌🌹❌🌹
— Lys! Lys! Alyssa, acorde!- sinto alguém balançar meu corpo, me fazendo despertar preguiçosamente.
Olho para a próxima vítima dommeu ódio por me acordar em uma hora indesejada. Quando vejo que é Thomas com um cobertor e com uma cesta de piquenique menor do que a que usamos da última vez.
— Como me encontrou?
— Imaginei que este lugar seja o seu favorito.- ele senta ao meu lado e me estende um sanduíche natural que eu pego de bom grado.- Te lembra família.
— Como sabe?
— Vejo como você fica quando te levo aqui. Eu reparo em você Alyssa, reparo que seu sorriso cresce sempre que me vê.- fico extremamente vermelha e ele dá uma risadinha.- Reparo o quanto você se alegra quando conversa com seus irmãos, reparo o quanto seus olhos brilham quando come alguma comida minha, reparo o quanto você se anima na presença da sua família e eu reparei o quanto você ficou abalada com a notícia de que seu pai está vivo. Quer conversar sobre isso?
Olho para ele chocada. Quando ele reparou tanta coisa em mim? Eu nem sabia que ele me observava, na verdade eu não sabia que era observada.
— Eu... Eu sempre fui a gêmea mais próxima dele. Ele sempre dava mais cuidado a mim porque eu sou a mais nova e porque eu me machucava facilmente. Então... Quando ele morreu... Eu fiquei sozinha.
— Como assim?- ele me abraça de lado. Dou um suspiro pesaroso.
— Quando tinha 14 anos minhas "amigas" me acusaram de ter provocado a morte do meu pai. Elas me batiam, me xingavam e me torturavam psicologicamente.- abaixo a cabeça.
— E seus irmãos? Não fizeram nada?
— Bom, Alysson era uma gênia, naquela idade já estava no 2 ano do ensino médio. E Alex... Bom, nem sempre tivemos esse relacionamento forte de irmão mais velho e irmã mais nova, entende? Ele sentia ciúmes porque papai dava mais atenção a mim. E ele namorava Marylin, que era minha melhor amiga naquela época, e que começou os ataques.
— Seu irmão foi um real babaca.- ele diz claramente irritado. O abraço mais forte para ele tentar esquecer isso.
— Tá tudo bem okay? Não faz diferença agora, não mais pelo menos.- seguro seu rosto entre minhas mãos e dou uma risada. Ele me olha confuso.
— Que foi?
— Você parece um pãozinho assim.- ele revira os olhos e finge uma cara emburrada.
— Está tentando me deixar menos irritado com seu irmão.- foi mais uma confirmação do que pergunta.
— Estou conseguindo?- pergunto esperançosa. Ele me dá um selinho.
— Com certeza.- Me aproximo dele é deixo uns beijos molhados pelo seu pescoço.- Mas eu ainda quero bater nele.
— Jura? Nem reparei que você acabou com o clima só para dizer que quer bater no meu irmão.- ele ri e me deita sobre os travesseiros, ficando por cima de mim.
— Será que ainda resta um clima para nós?- ele sussura sensualmente no meu ouvido. Eu mordo o lóbulo da sua orelha.
— Aah, com certeza resta.
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Eu não sou sua submissa!
Fiksi RemajaÔmegas não são conhecidos por ter personalidades fortes. Mas sim personalidades submissa que facilita o domínio dos Alfas. Alyssa McCarthy achava isso totalmente banal. Ela odiava a ideia de um Alfa a obrigar fazer algo que não a quer. Teve esse pe...