Capítulo 7

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Capítulo extraaaaa... agradeçam aos nossos meninos da seleção! Hahaha... ♥



Alexandre

Fugir. Tudo o que eu tenho feito nesses últimos meses. Depois de ter presenciado uma vida — aparentemente — perfeita virar um pesadelo, eu não consegui mais ficar no meu lugar. Na minha casa. Na minha vida que sempre foi rodeada de mentiras. Na verdade, tudo, aquele sonho, a felicidade, eram tudo uma farsa. Permiti chegar a um ponto de não enxergar o óbvio que estava bem à minha frente. Então, minha única alternativa depois daquela enxurrada de descobertas e a desgraça bem debaixo do meu nariz foi fugir.

Covarde? Talvez, mas não havia mais nada ali que me pertencesse, que faça parte da minha vida. Todos meus sonhos, metas, planos para um futuro bom evaporaram. Deslizaram como grãos finos de areias sob os dedos. Parar nesse lugar foi a pior coisa que fiz. Mesmo sendo bem acolhido, mesmo sentindo dentro do peito que seria o lugar que eu pararia e tentaria me reerguer, depois que a conheci, percebi que foi o maior erro. Desde o primeiro instante, assim que bati o olho nela, sabia que tudo ali estava desgraçado... não tanto para mim, pior para ela.

Depois de encerrar meu expediente e ajudar os rapazes a organizar o restaurante, sentei na ponta de um dos barcos de pescadores que ficam guardados na areia perto da água. Fiquei perdido em pensamentos, lembrando de cada maldito detalhe daquela noite. Sentindo o vento me açoitar, as memórias me arrebatarem e a dor de cabeça tomou conta do meu corpo, me deixando exausto. Até que eu a vi. Clara estava indo em direção ao mar, com algo em mãos, era brilhante, e foi a partir dali que eu percebi que ela não estava realmente bem.

Quero dizer, ela já não estava bem o dia inteiro. Eu posso não conversar com ninguém, não ser animado como a maioria daqui, mas sou observador. Uso meu tempo para analisar todas as pessoas ao meu redor. Sobre isso, eu virei expert. Poderia ter sido assim antes, mas não fui. Enfim, ao vê-la se jogando no mar uma dor latente preencheu meu coração e eu corri atrás dela. Corri para salvá-la e brigar por ser tão estúpida.

E agora estou aqui, com ela nos meus braços, com seu corpo encolhido no meu, seus lábios selvagens devorando os meus, enquanto minhas mãos deslizam pelas suas costas nuas e molhadas. Sinto a excitação corroer pelo meu corpo, me fazendo latejar de desejo, como nunca mais tinha sentido. Os lábios salgados graças as lágrimas que escorrem do seu olho me fazem ter mais cautela. Não posso ser tão cruel, não nesse momento. Não agora, que tudo o que eu queria era arrancar sua calcinha e sutiã e tomá-la nos meus braços.

Os bicos dos seios roçam no meu corpo, me deixando anestesiado, sugando sua língua, apertando sua cintura, exalando o cheiro dos seus cabelos molhados. Ah, Deus! Que eu tenha forças para seguir resistindo a ela.

— Por favor! — Sussurro tentando afastar os lábios dos dela. — Não podemos.

Ela para e toma uma pequena distância de mim. Mágoa é o que enxergo nos seus olhos. Arrependimento também. Surpresa, talvez.

— Não se preocupe, isso não vai acontecer outra vez.

Suas palavras me mostram que são da boca para fora, que ela ainda se ilude por mais. Inferno! Não quero ter que agir como um babaca. Não me faça ser tão mal assim.

— Espero que esteja sendo sincera.

Falo com um ar mais fechado novamente, tirando as mãos de perto dela, virando de costas e olhando para o mar. Sequer consigo encará-la nesse momento.

Recomeçando ao seu ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora