Capítulo 25

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Caminhando para o fim e EU NÃO ESTOU PREPARADA! :(



Clara

Minha cabeça está um misto de pensamentos desde ontem à noite. Coisas demais para assimilar em tão pouco tempo. Primeiro, a declaração sincera do Alexandre, que sussurrou palavras doces ao meu ouvido enquanto estávamos na cama, me fazendo sentir uma menina apaixonada. Dessa vez sinto coisas diferentes, algo que nunca senti por qualquer outra pessoa. Segundo, foi a bomba que ele atirou sobre minha cabeça por causa da pensão, dos planos do prefeito e do delegado, e pior, a ficha suja dos dois. Principalmente do delegado. Mal posso esperar para me vingar e sentir o prazer que é ver cada um sendo derrubado.

— Você parece desatenta demais.

Breno interrompe meus pensamentos e quando dou por mim, estou apertando o tampo do balcão com força.

— Não é nada.

Mas ele não desiste. Para ao meu lado, colocando a mão sobre meu braço.

— O que ele fez com você? — Encaro meu amigo sem entender. — Ele não veio hoje e você está assim. Apenas me diga que...

Interrompo, erguendo a mão e lançando um sorriso reconfortante.

— Ele não fez nada, Breno. Estamos indo muito bem.

Mesmo não parecendo convencido, ele se afasta para atender uma das mesas. Solto um suspiro aliviado.

Queria poder extravasar e contar tudo, principalmente ao meu irmão; mas Alexandre me pediu para ter calma e não agir por impulso, então é o que farei. Mesmo que eu queira nesse momento encher a cara daquela piranha da Laila de porrada. Sabia que ela nos daria uma rasteira. Vi naquele olhar traiçoeiro.

Cada vez que eu lembro das palavras do Alexandre sobre o prefeito ter em mãos um documento da pensão sinto a bile subir na minha garganta. Aquela piranha sempre teve acesso livre a pensão. Tudo bem que não posso culpar meu irmão, porque está apaixonado e cego. Felizmente, isso vai acabar. Uma pena que ele sairá machucado nessa história toda. Sempre confiou na namorada de olhos fechados. Pelo menos agora chegou a vez da máscara cair.

— Alguém já falou que você está uma delícia hoje?

Escuto a voz enquanto termino de servir uma mesa do lado de fora. Viro apenas para ver Caio de sunga, me encarando com os olhos cheios de fogo.

— Já te falaram que você não vale nada?

Sorrio, caminhando de volta até o balcão, sendo seguida pelo homem bonitão que chama a atenção da mulherada do local.

— Sempre. Mas você sabe... — Ele se encosta no tampo e me encara sedutoramente — Eu adoro. Isso é um tipo de elogio.

Reviro os olhos com seu descaramento.

— Deus salve as mulheres das suas garras.

Sirvo uma dose de uísque enquanto ele pega um papel que estava em uma sacola.

— Meu novo empreendimento, Clara.

Seguro a propaganda com cautela e leio, soltando uma risada alta o suficiente para fazer Breno me encarar curioso.

— Puta merda, Caio!

— Do que estão rindo? — Breno toma o papel da minha mão e lê, arregalando os olhos. — Uma boate de strip-tease?

Recomeçando ao seu ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora