Capítulo 13

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Mais um capítulo pra vcs. Tenham paciência com o Cadú, ele só ama demais. Hehehe


Clara


Anos atrás

Era meu aniversário de dezenove anos. Como sempre, meu irmão fez uma festa e tanto no restaurante. Amigos e pessoas que estavam hospedadas na pensão me parabenizaram, contentes e animados. Cadú me presenteou com uma pulseira delicada de prata. Sabia que ele não deveria gastar tanto assim, mas também entendia que ele fazia aquilo meio que para suprir a ausência do papai. Fazia anos que ele tinha ido, e ainda sentia tanta saudade dele, principalmente em datas especiais.

— Que merda você fez no cabelo?

Me assustei ao ouvir a voz irritada do André. Senti uma pitada de decepção.

— Você não gostou?

Passei horas no salão para ficar bonita, com mechas loiras no cabelo, para ele olhar e reclamar? Que azar! Errei feio, pelo visto.

— Está horrível. Querendo ser outra pessoa?

Ele apontou com o queixo para Laila, a filha de um vereador da cidade, que se achava a dona do mundo. Ela era naturalmente loira, mas tinha adotado uma cor ruiva nos cabelos. Nunca que eu iria querer ser igual aquela mimada. Principalmente porque ela investia forte no meu irmão, mesmo tendo vários rolos por aí.

— Só estou feliz com meu novo visual. Você, como meu namorado, deveria elogiar.

André passou a mão pelo rosto, parecendo se acalmar um pouco.

— Sinto muito. Não quis ser grosseiro.

Sorri, passando os braços em torno do seu pescoço.

— Tudo bem. Vamos dançar?

Mais calmo, ele aceitou ir até o centro do salão e ficar dançando comigo. Suas mãos apertaram minha cintura com um sentimento de posse e ele olhou ao redor, para ter certeza que ninguém estava olhando para mim.

Suada, exausta e com os pés doloridos, caminhei até a parte de fora, onde os outros já estavam também. Já passava da meia noite e a maioria já estava bêbada ou flertando com outras pessoas. Eu caminhei até a faixa de areia e olhei para o céu, pensando nos dois. Na minha mãe que nunca conheci, e no meu pai, que se estivesse vivo, ele estaria me enchendo de beijos. Breno se aproximou, me entregando um pequeno embrulho. Agradeci com um sorriso gentil.

— Que amor, Breno. — Dei um abraço nele, que recuou logo. — Não esperava.

— Espero que goste.

Abri a embalagem e vi um quadro com meu nome, feito à mão, pela própria mãe dele, que era uma das artesãs da vila.

— Amei! Mais uma vez ela só mostra o quanto é talentosa com as mãos.

Ele sorriu timidamente. Nós dois nos conhecemos praticamente desde sempre. Ele era um dos amigos mais próximos do meu irmão, um dos que nunca olhou para mim com segundas intenções. Pelo contrário, sempre me respeitou muito.

— O que estão fazendo?

Senti a mão do André apertando meu braço.

— Estava dando um presente a minha amiga. — Breno falou com firmeza, estufando o peito.

Recomeçando ao seu ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora