Capítulo 12

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FINALMENTE meu wattpad abriu! \o/

Demorei, mas tô por aqui. hehe.. Beijo e boa semana pra vcs. ♥


Clara


Sempre me disseram que a melhor maneira de curar feridas antigas é procurar viver o máximo possível que se puder. E é o que eu faço. Mesmo com tudo o que eu vivi, me permitindo ser usada e maltratada naquela época, sofrendo como sofri quando aconteceu aquilo tudo, eu ainda estou de pé. Firme e forte. Claro que há momentos ruins, em que parece que vou desabar em um choro, mergulhar nas lembranças cruéis e de vez em quando querer apenas ficar sozinha, deitada, debaixo dos lençóis e fugindo do mundo ao meu redor. Só que esses momentos são raros na minha vida. Eu já estive à beira de um precipício, já cheguei a pensar que tudo acabaria ali enquanto eu era espancada. Cheguei a fechar os olhos e imaginar que tudo aquilo acabaria e que eu viveria em paz. Mas quando acordei no hospital, horas depois, sentindo dores pelo corpo inteiro, com a alma estrangulada, eu jurei a mim mesma que ninguém jamais faria algo desse tipo comigo novamente. Nem qualquer outra coisa. E quando soube do pior, passei dias em uma recaída terrível, que só me fez enxergar que eu ainda tinha sim um futuro todo pela frente.

Um ano depois do que ocorreu, eu voltei a ativa. Voltei a conhecer novas pessoas, sair, trabalhar e dançar. O estrago já estava feito, André longe, e me restava viver. Por isso eu sempre tive homens sem me importar com apegos. Não consegui me apaixonar, sequer consegui sentir aquela coisa confusa ser despertada por outro homem. Não até ele aparecer. Não até nossos olhares se cruzarem. Mesmo sendo um estúpido na maioria das vezes, eu consigo entendê-lo. Apesar do seu jeito fechado, recuado, depois da noite de ontem não me restam dúvidas de que ele não é tão ruim quanto aparenta ser.

Espreguiço meu corpo e viro para o lado para assisti-lo dormir. O sentimento se transforma em decepção. Ele não está aqui. Poderia ter sido um belo sonho, nem daria para imaginar isso, já que eu sinto o incomodo entre as pernas depois de tanto sexo que tivemos durante a madrugada. Ele disse que há tempos não fazia sexo com alguém. Poderia ser mentira? Sim, mas eu acredito nele. Estou depositando minha confiança. Afinal, ele estava sedento. Passamos horas em diversas posições, apenas nos entregando a um sexo selvagem, sem pensar nas consequências do outro dia.

Assim que levanto vejo a bandeja posta em cima da escrivaninha. Um copo de suco e uma tapioca. Sorrio por sua gentileza. Isso me faz voltar a ficar encucada com o presente que recebi ontem. Um calafrio percorre minha espinha ao pensar na possibilidade do André tentar fazer algo comigo novamente, mas dessa vez, silenciosamente.

De barriga cheia e de banho tomado, desço a escada, encontrando Cadú vendo os arquivos no computador. Assim que me vê, ele abre um sorriso animado.

— Parece que dormiu bem, hein?

Sorrio, dando um beijo no seu rosto recém barbeado.

— Como um anjo.

Brinco, encostando no balcão.

— Acredito que de anjo você não tenha nada. Parece que acabou de aprontar alguma coisa.

Faço um ar de ofendida. Esse filho da mãe me conhece bem demais.

— Acordei leve, feliz. Nada e nem ninguém vai mudar isso.

— Assim que se fala, Clara. Gostei de ver.

Cadú me pede ajuda com algumas contas e serviços burocráticos da pensão e eu ajudo enquanto ainda está cedo. O casal, o mesmo que se hospedou aqui há uns dias, desce e nos cumprimenta, indo direto para a cozinha. Logo as pessoas começam a aparecer, vestidas com trajes de banho, me dando uma inveja por não poder aproveitar o sol maravilhoso que está fazendo lá fora.

Recomeçando ao seu ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora