Capítulo 9

3.9K 694 83
                                    


Um ótimo capítulo pra vcs! ♥ beijo 

Ps. Quem for avaliando o livro no Kindle me envia o print com endereço pro meu email rafaellymonikecontato e por aqui eu farei um sorteio quando o livro acabar. ♥


Alexandre

Nunca fui um homem de usar desculpas clichês, que se usam quando o homem está cansado daquela mulher que pega no seu pé, ou quando está fugindo de relacionamentos. Só que dessa vez eu me sinto como um desses canalhas que usam e abusam e depois jogam fora. O que fiz ali dentro do depósito não foi proposital. Não sei, foi algo automático. Quando percebi, eu já estava lá dentro, tinha largado a bandeja para seguir essa mulher que tem me deixado sem dormir.

Mais um contato íntimo, mais um beijo devastador aconteceu. Dessa vez, se não fôssemos interrompidos, eu iria além ali mesmo. Abaixaria sua calça, rasgaria sua calcinha e me enterraria dentro dela, porque naquele momento eu não estava conseguindo raciocinar. Só queria me entregar àquele desejo explosivo. Só quando paramos é que caí na realidade... na infeliz realidade. Queria poder esquecer tudo e ficar com ela nem que fosse por alguns instantes, mas quando meus pensamentos se reordenam, tudo voltou a me espancar e avisar que eu não devo oferecer a minha vida a Clara, porque ela não merece alguém que jamais irá confiar nela, que nunca irá se entregar cem por cento, e que vai esconder tudo sobre o passado.

Ela merece mais. Bem mais.

Sem falar comigo ou me lançar um dos seus olhares, ela trabalha sozinha, na dela. Eu a observo todos os dias, vendo o seu jeito de andar, de sorrir, e como ela não imagina o quanto deixa os homens loucos quando passa. Eu noto isso o dia inteiro. Percebo os olhares tanto dos mais novos, quanto dos mais velhos, a assistindo passar e babando. Inclusive o menino Guilherme, que espero ser apenas impressão minha.

Começo a servir uma mesa quando um estampido preenche o lugar e todos se viram em busca do acontecido. É ela.

Clara está parada igual uma estátua, enquanto aos seus pés, a comida e bebida estão espalhadas no chão, com cacos de vidros ao seu redor. Deixo a minha bandeja de lado para ir ao seu alcance. Paro quando escuto sua voz.

— O que você está fazendo aqui?

Sua pergunta sai tão seca, tão diferente até mesmo de quando ela fala irritada comigo.

— Sentiu minha falta?

Meu olhar vai até o homem sentado em uma das cadeiras, à sua frente, com um sorriso cínico no rosto. Será o mesmo que eu vi na porta da pousada no outro dia?

— Você não deveria estar aqui.

— Por que não, Clarinha?

— Você tinha sido condenado. Na verdade, tinha que estar preso.

Então ele é o causador da sua dor?

— E quem disse que eu não estive preso? Estive por mais tempo do que deveria, e fiquei lá, esperando para voltar e te ver. Tentar reatar o que tivemos, minha doce Clara.

— E o que faz aqui? Como assim? Meu Deus!

Clara parece confusa, perdida. Só não mais do que eu.

Com um ar debochado, o homem levanta, apenas a tempo de levar um soco tão forte a ponto de cair no chão.

Fico surpreso ao ver que foi o Breno a fazer isto.

— Saia daqui! — ele grita, enquanto o homem levanta com o nariz sangrando. Mesmo assim, ele permanece no lugar. — Vá embora!

— Não vou a lugar algum. Não até que ela fale comigo.

Recomeçando ao seu ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora