POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15
Felipe estava correndo solto no meio da praça em frente à faculdade. Jonathan e Paula estava um pouco mais atrás caminhando lentamente.
Era uma situação completamente estranha para ambos e apenas com Felipe por ligação. O menino não parou enquanto não arrastou Paula para junto deles. Talvez ele estivesse convivendo demais com a mãe e ficando com as mesmas habilidades de juntar duas pessoas alheatórias. Jonathan estava começando a formular essa tese.
Felipe subiu em um dos balanços e começou a se balançar sozinho. Soltou uma das mãos e abanou para os dois. Paula abriu um sorriso e acenou de volta.
Jonathan a observava de lado. Era curioso a forma como ela tratava Felipe, carinhosamente afetiva e parecia até mesmo um pouco nostálgica. E a sua curiosidade era tanta, que ele não conseguiu ficar de boca fechada.
- Por que tu trata ele assim, se nem mesmo precisa?
Paula olhou para Jonathan de um jeito estranho.
- Porque ele é uma criança e eu acredito que deva ser tratado dessa forma? - Ela franze a testa e quase murmura. - Fiz alguma coisa de errado?
Um pequeno pânico começou a se alastras sobre o seu corpo. Suas mãos, dentro do bolso do casaco, começaram a suar de nervosismo e ela começou a repassar todas as palavras que havia dito durante aquele almoço, se foram cinco foram muitas.
- Não... - Jonathan começou a esclarecer. - Desde que te vi na livraria, lá na casa do Kado e a da Bia e agora aqui. Tu trata o Felipe como se ele fosse uma criança que tu convivesse desde que ele nasceu. Não o trata da mesma forma como as outras pessoas.
Ela quase suspirou aliviada. Sentiu as mãos relaxarem dentro dos bolsos e até as tirou de lá para se refrescarem um pouco. Paula deu um meio sorriso sem jeito e ajeitou o cabelo que estava em frente dos seus olhos. Aquele gesto automático foi um alívio para Jonathan, ele mesmo já estava com vontade de fazer aquilo para olhar diretamente nos olhos dela.
- Tenho um sobrinho, ele é mais velho que o Felipe. Saí de casa para estudar e o Pietro tinha a idade dele. Sinto saudade daquela época e de como ele era pequeno e esperto como o Felipe. Hoje em dia só vejo ele nas férias e cada vez está mais alto e mais esperto.
Jonathan assentiu. Olhou para Felipe, cada vez mais alto no balanço e lembrando da última vez que ele estava em um, Ricardo estava explicando, de uma forma básica, como funcionava a física no movimento do balanço.
O silêncio constrangedor, pelo menos para Paula, recomeçou. Jonathan sentia-se bem à vontade com ele. E vendo que ele não continuaria o assunto, coube a ela limpar a garganta e falar alguma coisa. Escolheu um terreno neutro, assim ela imaginava.
- E tu? Algum sobrinho ou afilhado?
Jonathan deu mais alguns passos e respondeu mecanicamente.
- O Felipe, Sofia e um que nem nasceu ainda.
Paula imaginou que aquilo seria o máximo de assunto que os dois teriam pelo resto da tarde. Felipe continuava a ganhar altura no balanço e Paula sentou em um dos bancos que a praça oferecia. Ele ficou paralisado ao lado do banco, um pouco desconfortável.
Jonathan estava firme onde se encontrava. Era acostumado a ficar em pé, ou a limpar os bancos em que estava. Ou, no mínimo, forrá-los com algum tipo de papel para o estrago não ser tão grande. E ali, ele estava apenas com a chave do seu carro, celular e no bolso sua carteira e um pacote de lenços umedecidos. Descartou os lenços para forrar o banco desde aquela vez ainda na escola e ficou com as calças úmidas, os colegas espalharam a notícia que ele havia se mijado nas calças. Foi uma dura lição aprendida e longos dias sendo apelidado de diversas coisas.
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Sol de Inverno POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15
RomanceRECADOS IMPORTANTES! POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15 POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15 POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15 Jonathan Ramiro Dering, professor doutor em química sempre viu a sua vida como um solitário. Achava a sua vida completa com a presença dos seus afilha...