POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15
Paula comia um sanduíche velho que tinha conseguido salvar das garras de sua companheira de quarto duvidosa. A geladeira que as duas dividiam nem sempre era respeitada quanto aos alimentos de Paula. E ela já cansou de ir procurar seu almoço do dia e não o encontra mais, seu estômago já nem reclamava de fome naqueles dias. Sabia que nada iria mudar o fato ou um almoço aparecer do nada na sua bolsa.
Ela já tinha se estressado bastante com a colega de quarto quando foi morar com ela algum tempo atrás. Por isso que agora sempre mantinha o seu quarto fechado à chave e o mínimo de coisas na geladeira. Optava por alimentos que não precisavam de condicionamento resfriado e coisas mais simples, como pacotes de bolachas, que poderia deixar trancado no seu quarto. E quando a fome de coisas mais substanciais batia, ela comprava no mercado a caminho do trabalho ou comia na hora mesmo.
Estava no seu horário de intervalo do trabalho. Dias de semana eram bem mais tranquilos e ela poderia até sentar e desfrutar do seu parco almoço improvisado. O final do mês se aproximava e seu salário estava cada vez mais contado para durar o resto dos dias. Sanduíche com água era um prato completo naqueles dias.
Com o gerente de folga, Paula poderia aproveitar aqueles instantes para realmente relaxar sentada em um dos sofás para os funcionários sem se preocupar em alguém a interrompendo ou a apurando. Paula realmente estava bem mais tranquila, principalmente depois da ligação do irmão dizendo que Pietro estava bem e todos os remédios que o médico havia receitado a farmácia popular tinha para disponibilizar de graça. Eles não eram tão potentes ou de fontes confiáveis como os da farmácia normal, mas eram melhores do que nada.
— Paula? — O senhor da limpeza sorriu ao vê-la ali.
— Seu João! Como o senhor está?
O homem, já com certa idade sentou ao lado de Paula ainda sorrindo. Era uma pessoa maravilhosa, dizia Paula. Sempre de bom humor, conversando com ela e contando histórias sobre a sua família a fazendo rir. Ela não o via todos os dias e imaginava que ele trabalhava em escalas, sem nexo nenhum, pois tinha semanas que o via quase todos os dias, ou não via. Ficava feliz quando o encontrava nos depósitos ou sala de descanso dos funcionários.
Ela não era dotada de muitas amizades. Tinha algumas na faculdade, mas todos eram colegas e legais com ela. A ajudavam na sala de aula e ficaram bem eufóricos quando souberam do esbarrão entre ela e o professor Jonathan. Alguns questionaram se ela iria ao denunciar para o reitor por abuso de autoridade e outras coisas descabíveis. Paula teve que falar para todos os colegas que nada tinha passado de um pequeno esbarrão e que o professor estava com uma substância forte que estava indo colocar fora. Nada de mais ou perigosa. Somente depois de se explicar é que a aula pode voltar a continuar. Paula queria se esconder embaixo da sua classe de tão encabulada que ficou.
Porém aquilo eram águas passadas. Ela já nem pensava no episódio e quando visse o professor na faculdade, mudaria de rota só para não ter que vê-lo novamente.
— Cansado demais para um velho, e tu, minha querida? De novo no sanduíche?
Ela levantou o que estava comendo dando os ombros.
— Semana que vem é que as coisas apertam mais, seu João. Aí o senhor vai me ver com as bolachas mesmo.
Ele sorriu e tirou a garrafa de café que sempre trazia consigo. Esticou para Paula e a serviu no copo com água que ela já tomava. Tinha aprendido a tomar com ele, e nunca tinha conseguido tomar forte. Achava ruim demais. Diluído em água era bem mais tolerável, além de um gosto a mais para burlar o estômago.
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Sol de Inverno POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15
RomansaRECADOS IMPORTANTES! POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15 POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15 POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15 Jonathan Ramiro Dering, professor doutor em química sempre viu a sua vida como um solitário. Achava a sua vida completa com a presença dos seus afilha...