POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15
Paula terminou o seu expediente quando a última criança se despediu com um aceno animado. Ela sorriu em resposta e sentiu-se feliz em saber que tinha conseguido bater a sua meta do mês ainda com alguns dias sobrando. Aquilo era sinônimo de muita felicidade.
Foi para os fundos da loja, tirou o seu avental com o logotipo da livraria e pegou a sua bolsa no seu armário trancado à chave. Nem ali ela se sentia em segurança para deixar as suas coisas.
— Paula! — Uma colega do caixa a chamou e apontou para ela a um cara bem vestido, com um uniforme de uma loja bacana de roupas, aquela que Paula não tinha como bancar nenhum par de meia.
Ela se aproximou do rapaz que caminhava em sua direção. Um pouco desconfiada, principalmente com o sorriso que tinha.
— Paula? — Ela confirmou com um aceno simples. — Me pediram para eu te entregar isso.
Paula, sem entender o que estava acontecendo e pegar a sacola de papel, que ela sabia que valia bem mais que o seu almoço do dia.
— Qualquer coisa, se não servir é só vir a nossa loja amanhã que trocamos.
— Obrigada. — Respondeu, meio sem jeito.
O atendente sorridente se despediu educadamente e deixou Paula com a sacola e uma cara de quem não sabia o que era tudo aquilo. Abriu a sacola e enfiou a mão com medo que saísse algum bicho peçonhento e o atacasse.
Quando retirou o casaco do pacote, ela não acreditou no que estava vendo.
Ela bonito, de um material caro, bem mais do que ela poderia estimar. Aparentemente quente, tão quente quanto ela nunca teve em uma única peça de roupa. Sorriu para o nada ao ver aquele casaco. E então veio o questionamento, quem havia presenteado Paula com um casaco tão perfeito como aquele?
Ela vasculhou dentro da sacola e apenas encontrou um pequeno pedaço de papel, sem assinatura e com uma letra bonita: use-o sempre que sentir frio. Por favor, não congele. R
Aquilo a deixou um pouco apreensiva. Quem era "R" e como ele sabia que Paula estava literalmente congelando? Ela não tinha muitos amigos e duvidava muito que algum dele soubesse que ela estava mesmo precisando de um casaco e mais ainda que ela não tinha condições de comprar. Nem para seu irmão Paula tinha tido coragem de contar, era capaz dele dar algum jeito de enviar dinheiro para ela, dinheiro aquele que Paula com certeza não teria.
Paula olhou para todos os lados, pensando em quem poderia ter sido a pessoa que poderia ter lhe presentado com a coisa que ela mais precisava no momento. Não encontrou ninguém às escondidas a observando.
Pensou até em devolver o casaco para a loja. E se fosse alguma pessoa com más intenções com ela? E depois que ela usasse viesse cobrar o favor. Paula não tinha nada para oferecer se esse fosse o caso. E ao mesmo tempo, queria colocar o casaco e só tirar quando o frio fosse embora.
Acabou optando pela segunda opção. Se a pessoa em questão havia lhe dado o casaco, com certeza sabia que ela não tinha onde cair morta, e se quisesse cobrar alguma coisa, Paula teria que dar o seu corpo como pagamento.
Mas pelo menos não morreria de frio. Ainda mais quando viu a previsão do tempo e a notícia era que o frio se intensificaria nos próximos dias.
Aproximou o casaco do rosto e sentiu o cheiro de roupa nova. Só de fazer aquilo já tinha se aquecido. Queria apenas conhecer o seu remetente para agradecer pela gentileza de aquece-la.
Agora ela não congelaria mais.
Foi para casa já vestida com o casaco. Ele era tão bom que Paula o vestiu até para dormir, de tão aconchegante e quente que ele era.
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Sol de Inverno POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15
RomansaRECADOS IMPORTANTES! POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15 POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15 POSTADO ATÉ O CAPÍTULO 15 Jonathan Ramiro Dering, professor doutor em química sempre viu a sua vida como um solitário. Achava a sua vida completa com a presença dos seus afilha...