Him

Prêmio

Os créditos do filme subiam em letras brancas no fundo da tela preta, deixando a iluminação da sala mais fraca. O corpo pesado de Dahyun em seu ombro denunciava a sonolência da mesma. Jungkook sorriu pequeno e chacoalhou o corpo da garota com delicadeza.

— Amor... amorzinho — disse quase em sussurro — O filme já acabou.

Dahyun abriu os olhinhos ainda atordoada, soltando, em seguida, um bocejo gracioso, cobrindo a boca com a mãozinha ainda dormente. Espreguiçou-se ainda sem dizer nenhuma palavra e sorriu para o namorado.

— Acho que perdi o filme — mantinha um bico sonolento no rosto.

— Acredito que sim — Jungkook se aproximou e deu um selinho breve no bico fofo da namorada, fazendo-a rir.

— Acho melhor irmos dormir, lindo. Amanhã tem vista de prova.

— Você não quer dormir comigo não? — sua fala saiu manhosa e arrastada.

— Você é maluco, não? — deu um sorrisinho — Vou separar uma toalha para você tomar banho — levantou-se, no entanto sentiu o pulso ser puxado pela mão certeira do namorado, derrubando-a em seu colo.

— Ninguém saberia, amor, olha só — começa a falar bem baixinho e foi distribuindo pequenos selares entre as palavras — Você vai pro seu quarto e quando sua tia dormir, vem ficar comigo no quarto do seu irmão... ai quando estiver perto de amanhecer você volta para sua cama...

— Jungkook! — disse sorrindo, forçando uma voz de repreensão — Eu saberia, não sou direita porque preciso mostrar aos outros e sim porque são meus princípios — começa a rir com os beijinhos mais rapidinhos em sua cútis — Pare de tentar me seduzir.

— Estou quase conseguindo? — mantinha os olhos fechados.

— Não!

— Ah — lamentou, largando o corpo da namorada, que rapidamente se levantou — Então, vou tomar banho mesmo... quer ir comigo?

Dahyun riu, cruzou os braços e rolou os olhos, sumindo pelo corredor. Jungkook amava a namorada de uma maneira muito diferente. Por mais que sempre tivessem oportunidades únicas de avançar um passo no relacionamento, nunca tentou nada verdadeiramente. Ela era doce e pura. Mal conseguia olhar para ela de maneira maliciosa.

Ela retornou pelo corredor, segurando uma toalha amarela e lhe entregou. Acompanhou o namorado até o banheiro e lá se despediu do namorado, que chegou a brincar que iria puxá-la para dentro do banheiro.

Fechou a porta, trancando-a como garantia. Aquele banheiro apertado já era amigo conhecido de Jungkook. Despiu-se com velocidade e logo puxou a cortininha de plástico do box apertado. Abriu o registro após fechar a cortina atrás de si. A água gelada lhe tocou a pele, fazendo-o soltar um palavrão e se recostar na cortina igualmente gelada.

O chuveiro elétrico fazia um barulho irritante e a pressão da água não era das melhores. Um chuveiro barato. Teve certeza disso ao perceber que água outrora proveniente da Groelândia, agora parecia sair de dentro do núcleo de um vulcão, queimando sua pele branquinha.

Mais um palavrão.

Jungkook nunca demorou tanto para regular a temperatura de um banho. No entanto, depois de uma eternidade, a água estava suportável, por mais que um filete congelado continuasse a escorrer pela parte mais próxima à parede. Agora que estava quentinho, sentiu um vento gelado tocar em suas costas. Viu uma pequena fresta na cortina de plástico. Esse era o pior banho de sua vida, do pior fim de semana de sua vida.

Jogou água na parede, tentando grudar a cortina na mesma, evitando os ventinhos gélidos que viriam por ali. Sorriu com seu êxito. Buscou um shampoo e ensaboou os cabelos. Fez o mesmo com o corpo quando encontrou o sabonete. Retirou todo o sabão residente em seu corpo, xingando raras vezes, quando se encostava à água congelada.