Him

15.2K 1.4K 5K
                                    

Casar-se-iam em uma pequena capela. Próximo a mesma, alugaram alguns quartos em um hotel de médio porte, para que se trocassem e fizessem filmagens prévias à cerimônia, usando não só os quartos, mas as áreas comuns do local – como a piscina e o saguão de entrada.

A pequena recepção seria no mesmo local, no salão de festas, que já começava a receber as mesas, cadeiras e toalhas escolhidas à dedo. Cada um dos noivos dormiu em um quarto separado, assim como os pais do noivo e a família da noiva – cada um em seu cantinho particular.

A noite anterior havia se estendido até a madrugada e Jungkook ainda sentia o corpo mole pela despedida de solteiro – mas não se comparava em nada com o porre tomado em outro momento. Há mais de meia hora observava o pai na piscina pela janela do quarto.

O mais velho inventava motivos para se espreguiçar em frente de hóspedes, afim de exibir a tatuagem. Ria às vezes quando via o pai ser ignorado completamente. Estava ridículo em seu ponto de vista.

Ainda vestia um short surrado e uma camiseta branca de dormir. Não sentia muita motivação para fazer alguma coisa. Havia comido alguns snacks disponíveis – pelo dobro do valor do mercado – no quarto, acima do frigobar. Não queria descer para o restaurante do hotel, menos ainda para a capela.

O celular apitava a cada segundo com mensagens de convidados e de pessoas que não haviam sido convidadas, que lhe desejavam felicidades na nova etapa de sua vida. Não se dava mais o trabalho de responder – na verdade nem de visualizar.

Um toque breve em sua porta o tirou da árdua tarefa de rir do pai. Caminhou preguiçoso até a porta do quarto e a abriu lentamente. A imagem de um homem de meia idade se fez presente.

— Jungkook? – ele perguntou todo contente.

— Sim... – respondeu seco.

— Sou Min Dongyul, o seu fotógrafo – disse sorridente.

— Ah sim – deu espaço para o rapaz entrar – Fique à vontade.

Viu o homem entrar no quarto e observar o local que ainda estava bagunçado, já que ele não havia arrumado nada e nem solicitado a arrumação. Ele virou-se em sua direção e sorriu largamente.

— A noiva já começou com algumas fotos, agora ela deve estar no saguão de entrada, assim que ela sair de lá, você desce e pedimos para a camareira arrumar aqui.

— Certo – cruzou os braços, pouco interessado.

— Não se troque ainda, vamos fazer algumas fotos enquanto você coloca a gravata e amarra os cadarços.

Fez uma careta que o outro não percebeu ao se lembrar do terno de cor atípica e bastante brega. Certamente ele nunca mais usaria aquela roupa em sua vida.

— Tudo bem – respondeu sem humor.

— Pensei em tirarmos umas fotos com um champanhe e outras enquanto arrumam seu cabelo.

— Claro.

— Também faremos o vídeo para a noiva.

— Que vídeo? – franziu o cenho e se encostou na parede, muito desconfortável com a situação nova e desconhecida para si, não se lembrava de nenhum vídeo incluso no pacote de filmagens da cerimônia e da recepção.

— Ah sim – ele disse empolgado – É um vídeo onde você declara seu amor a ela e diz como vocês se conheceram e como foi o pedido.

— Não me leve à mal, mas não me sinto confortável para gravar isso – retrucou indignado, isso já era exagero.

— Como assim? – ele disse ríspido e surpreso.

— Não sou bom com palavras – respondeu fingindo timidez ao esfregar o pescoço com uma das mãos.

HimOnde histórias criam vida. Descubra agora