Taehyung

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Abriu os olhos com preguiça e sem o barulho irritante do despertador. No lugar do som estridente do celular, encontrou os olhos escuros de Jungkook lhe fitando e os dedos branquinhos dele em sua maçã do rosto, afagando-lhe com cuidado. Emitiu um sorriso pequeno e preguiçoso e foi retribuído com um sorriso igual.

Mexeu a cabeça devagar, aumentando o contato da face com a mão do outro, soltando um resmungo curto antes de voltar a fechar os olhos novamente.

— Que horas são? — perguntou baixinho e molinho.

— Cinco e pouco — a voz doce do ex-cunhado lhe respondeu de maneira calma e gostosa.

— Por que está acordado?

— Despertei. Desculpa ter te acordado.

Negou fraquinho com a cabeça e levou a mão até a cintura do outro, puxando-o para mais perto de si, sem fazer muita força. Sentiu o abdômen do outro encostar quentinho ao seu. Abriu os olhos novamente e fitou o olhar que pesava em si.

Era inevitável, estava apaixonado. Perdidamente apaixonado pelo garoto livre de rebeldias corporais. Ele era cuidadoso consigo e havia lhe dado mais do que prazeres corporais. Emprestou-lhe a família, a compreensão e o tempo que lhe era tão curto.

O mais novo havia terminado o seu relacionamento com sua irmã logo depois de transarem. Por mais que Taehyung gostasse do pessimismo — acreditava piamente que os pessimistas eram mais felizes, já que não se surpreendiam com as merdas da vida e viviam os ganhos de maneira muito mais sincera — e quisesse muito acreditar que aquele término não queria dizer nada, seu coração tolo acreditava que, talvez, Jungkook correspondesse seus sentimentos bobos e românticos.

— Muito melhor acordar e ver você do que ver a tela irritante do meu celular —riu sussurrado.

Jungkook não respondeu verbalmente. Apenas se aproximou ainda mais e cortou todo e qualquer vão de espaço entre eles, iniciando um beijo com gosto de dormido. O beijo era calmo e regado à sentimentos. As línguas encontravam-se cheias de saudade, mesmo que nem fizesse seis horas que tivessem se encostado.

O beijo era acompanhado por carícias distribuídas no rosto, na nuca, nos braços, nas costas e nas mãos, um do outro. Taehyung permitiu se entregar como há muito não se permitia. Sentia o corpo responder àqueles toques, o coração acelerando gostoso, a respiração falhando e os pelinhos da nuca levantando.

Cortou o beijo com delicadeza e olhou para o moreno, que sorriu para si. Direcionou seu olhar para as mãos dele, que repousavam em seu peito colorido. Com a própria mão acariciou aqueles dedos, mantendo-se em silêncio. Entrelaçou os dedos, que se encaixavam com perfeição como se fossem pares complementares. Desviou o olhar para o rosto de Jungkook que se mantinha compenetrado nas mãos cruzadas, mas que logo percebeu-se observado e o olhou de volta.

— Você é muito bonito, Jungkookie — disse ainda manhoso de sono.

— Eu sei — disse e riu. Taehyung se aproximou do ombro do outro e lhe deu uma mordiscada leve, ouvindo um gemido de reprovação.

— Isso é para você deixar de ser convencido. — Voltou ao seu lugar, repousando a cabeça no travesseiro novamente.

— E agora? — Jungkook lhe perguntou sério.

— Não sei, o que acha? — Sentia o peito querer explodir em expectativa. Não sabia o que o outro poderia dizer. E se ele lhe dispensasse? E se risse de si? E se acabasse dizendo que gosta de si?

— Também não sei. — Ele parecia nervoso.

— O que você quer?

— Quero ficar com você. — Viu Jungkook enrubescer e desviar o olhar. Foi uma cena tão adorável que quis morder o outro em um total descontrole. Sorte que sempre ficava mais lento quando acordava.

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