Um passo além

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Jungkook sentiu os músculos despertando pouco a pouco. A consciência aparecia sem pressa. Estava relaxado e descansado. Sentia o corpo confortavelmente preguiçoso. Era muito bom acordar sem prazo, deixar o corpo dormir até repor toda a energia que precisava. Tão revigorante.

Sem abrir os olhos, soltou um som manhoso cheio de preguiça e tentou se espreguiçar. Foi neste momento que percebeu o peso de um braço sob sua cintura. Em um sobressalto pequeno abriu os olhos e viu o corpo do cunhado encaixado, nu, ao seu. O corpo do outro estava pesado e mantinha uma temperatura quentinha confortável.

Hesitou em sair do conforto do corpo alheio, mas não o fez. Era a primeira vez que sentia o seu corpo envolvido numa espécie de conchinha. Era confortável demais. Permitiu-se fechar os olhos novamente, queria fingir que ainda estava dormindo, apesar da consciência plena da situação indicar o contrário. Escorregou o braço por cima do braço do outro, repousando sua mão sob os dedos longos e morenos do cunhado. Queria ficar assim mais um pouquinho.

Jungkook não sabia mais o que pensar. Sabia de seus sentimentos recém descobertos por aquele que dormia abraçado a si, mas ao mesmo tempo sabia que aquela paixão era proibida e sem nenhum futuro. Afinal, o próprio cunhado havia o alertado que não se apaixonasse por si. Jungkook nunca fora bom com promessas.

Sabia que Taehyung não era do tipo que tinha um dono. E imaginava que ele próprio não seria o primeiro a mudar essa situação, por mais que quisesse. Quase terminara com a irmã do garoto, mas em tempo pôde ver que provavelmente ficaria sem nenhum dos dois Kim. Taehyung era livre e rebelde, cheio de causas, como diria sua mãe.

Não sabia até onde levaria aquela situação. Namorava a irmã, mas entregava-se cada pouco mais ao irmão dela. Aquilo era tão errado. Justo Jungkook, o membro mais alinhado da família Jeon. Talvez os genes familiares fossem assim, cheios de coisas fora de padrão e ele em uma fantasia maluca, imaginou que fugiria deste padrão familiar. Ledo engano. Ele era um típico Jeon, todo diferente do que a sociedade coreana mantinha como certo nos costumes, principalmente sexuais.

Sentiu o mais velho se remexer e puxar seu corpo para ainda mais perto. Abriu os olhos novamente. O que estava fazendo com sua vida? O que Taehyung estava fazendo com sua vida? Mexeu-se tímido, puxando o celular do criado mudo para verificar as horas.

10:48.

Céus! Taehyung estava absurdamente atrasado para seu trabalho! Jungkook sentou-se rapidamente na cama, sacudindo o corpo alheio próximo ao seu, em uma tentativa desesperada de acordá-lo. Viu o de cabelos roxos cobrir o rosto tomado por uma preguiça infindável, sem desfazer o bico fofo e sonolento dos lábios.

— Taehyung. — Continuava sacudindo-o. — Taehyung, acorda, são quase 11 horas.

O mais velho gemeu sofrido e coçou os olhos ainda fechados. Com os cabelos desgrenhados, afundou a face no travesseiro, abraçando o tecido fofinho com ambos os braços e deitando de bruços.

— Para de preguiça, você está super atrasado. — Continuou chacoalhando o corpo moreno e nu. Mas a resposta de Taehyung foi puxar o lençol para cima da cabeça, fazendo uma manha matinal clara. Ele nem parecia o cara cheio de atitude e arrogância que Jungkook conhecia.

Jungkook puxou o lençol com força, descobrindo o corpo do outro de uma vez. Fitou o corpo moreno e nu, da cabeça às coxas e sentiu o rosto corar. As tatuagens contrastando com a pele mais pigmentada e macia.

— Caralho, me deixa dormir, mas que porra. — Pronto, assim acabava o Taehyung fofo que Jungkook viu outrora. O mais novo riu do comentário e desferiu um tapa sem força em uma das nádegas do mais velho.

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