𝗥𝗘𝗣𝗨𝗧𝗔𝗧𝗜𝗢𝗡

𝕮𝖍𝖆𝖕𝖙𝖊𝖗 𝖙𝖜𝖊𝖓𝖙𝖞-𝖔𝖓𝖊

𝗔𝗥𝗬𝗔 𝗠𝗢𝗢𝗥𝗘

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Quase duas semanas depois da minha viagem, o dia do meu infeliz casamento se aproxima e com ele minha ânsia para que dê o mais errado possível. Eu fiz tudo que uma noiva deveria fazer, fiz convites, escolhi madrinhas, comprei um vestido, organizei bufê e todas essas coisas chatas que só casamentos têm.

Um dia antes do grande dia eu estava parada em frente ao espelho encarando meu próprio reflexo e tentando reconhecer a pessoa que eu estou vendo, sou uma casca. Morta e vazia, estou tão infeliz que meus olhos chegam a estar foscos pela falta de brilho. Suspiro profundamente observando as curvas do meu corpo e vejo pelo reflexo Paul entrar no quarto com um enorme sorriso no rosto ao me ver seminua.

- Isso tudo é para mim? - Ele pergunta tirando a gravata e a jogando na cama.

- Só depois do casamento. - respondo ainda me olhando no espelho, acho que eu engordei. Não estou grávida isso eu tenho certeza.

- Vai me torturar até lá com essa visão? Está jogando sujo, amor. - Me viro afim de encara-lo.

- Não se preocupe. Andarei coberta até nos casarmos.

- Só mais um dia. Daqui menos de 24h você será minha esposa.

- Mal posso esperar. - Forço um sorriso pegando meu pijama de cima da cama vestindo o mesmo.

(...)

No dia seguinte, Trevor não responde minhas mensagens a dois dias. Começo a entrar em desespero. Sou forçada a me sentar em uma cadeira e deixar que duas estranhas me maquiam por duas horas completas, não sei pra que tanto, depois começam a arrumar meu cabelo, mais 3 horas para finalizar um infeliz penteado. Quando consigo espaço, vou para o banheiro e ligo igual uma desesperada para o Trevor, que não atende nenhuma das minhas ligações.

- Escuta aqui seu Rockstar arrogante, se você não me der notícias eu vou acabar com você. Eu estou prestes a me casar e você some desse jeito? Quer saber? Volte para o buraco que você saiu e vá para o inferno! Eu odeio você por estar me fazendo passar por isso. - Digo na caixa postal e suspiro bloqueando a tela do celular. Olho meu reflexo no espelho do banheiro e limpo as pequenas lágrimas que brotaram no canto dos meus olhos, Trevor não vai me deixar na mão hoje não é possível.

Volto para o salão da minha casa onde está repleto de pessoas preparando tudo para me tornar a noiva mais linda que Nova York já viu.
Quando me vestem com o vestido de noiva, subo no pódio e me olho no espelho, estou patética.

- Odiei o vestido. - Comento olhando com desprezo para minha imagem. (Foto na midia)

- Porque não trocou? - Cloe diz se aproxima, ela está tão linda que chega a ser um colírio para os olhos.

- Porque eu não vou me casar.

- Trevor já falou com você? - Nego com a cabeça - Que droga.

- Ele me deixou na mão justo no dia que eu mais preciso dele.

- Dá para desistir ainda, podemos desistir. Eu compro uma garrafa de Whisky e a gente bebe a noite toda, você não precisa fazer isso. - Ela diz e abro um pequeno sorriso me virando e olhando para a mesma, ela é a melhor amiga que alguém poderia sonhar em ter.

- Podemos fazer isso depois. - Ela sorri.

- Para ser honesta, eu faria um vestido melhor.

- Você gosta de moda. - Digo me recordando que ela havia comentado comigo em algum momento.

- Sim. Esse vestido que estou usando eu mesma que fiz. Agora um vestido de noiva, eu precisaria de um novo par de mãos para me ajudar. - Sorrio observando seu vestido verde escuro, ele serve perfeitamente no seu corpo.

- Se eu conversar com o agente do Trevor e virar modelo, você vai fazer os meus vestidos.

- Seria uma honra. - Dou risada e desço do pódio e olho para ela.

- Ok, estou pronta. - Ando até a mesa e pego o buquê de rosas brancas.

- Você vai sozinha na limosine, eu irei no meu carro, seu pai vai estar do lado de fora esperando você. Tem muito álcool no carro caso você precise.

- Você é a melhor amiga do mundo.

Quando saio de casa, ela me ajuda a entrar no carro, quando o carro começa a se mover pego meu celular olhando se Trevor deu algum sinal de vida, e nenhum sinal. Meu coração dói. Mando outra mensagem de texto xingando ele de palavras de baixo calão e abro a garrafa de tequila e dou um belo gole. Estudei todo o caminho até a igreja, e quando chegamos na rua, meu coração erra as batidas. Mas na verdade, meu coração erra as batidas mesmo é quando a limosine passa direto da igreja.

- Moço, não sei se te passaram o endereço certo, mas o local é ali. - Digo para o motorista que ignora minha fala. Começo a então entrar em desespero. Mudo de banco no intuito de ficar mais perto dele, as vezes ele não me ouviu.

- Motorista...

- Houve uma mudança de endereço de última hora. - Ele responde. Posso jurar que já ouvi essa voz antes. Decido ignorar e confiar nesse desconhecido.

De repente, o carro entra em uma estrada de terra se mandando no meio do mato, imediatamente começo a entrar em desespero, ele vai me matar no meio desse mato e vai me enterrar aqui e ninguém vai me achar, a terra vai comer a minha carne e o meu pai vai me odiar, tudo culpa do Trevor.

20 minutos depois, olho o celular e não vejo um sinal de celular, que tipo de floresta é essa? Passei o caminho inteiro bebendo, e quando sinto o álcool fluir no meu cérebro o carro para, olho pela janela e vejo um lindo chalé todo iluminado, vou me casar em um chalé?

Quando menos espero a porta se abre, com dificuldade saio pela mesma e caminho até o chalé, com receio, abro a porta e entro para dentro, não tem ninguém aqui, que diabos está acontecendo aqui? E então a porta do chalé se fecha e eu me assusto com o barulho, acho que estou bêbada. Me viro e vejo o motorista parado na porta.

- Por Deus será que você pode me explicar o que está acontecendo antes que eu surte? - Exclamo nervosa.

Ele então me olha e tira o chapéu da cabeça e meus olhos ficam turvos com o rosto que eu vejo. Arranco meu véu e caminho até a mesa pegando um vaso.

- Eu vou matar você Blaker. - Declaro e os olhos azuis do Trevor arregalam de surpresa.