Capítulo 8

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Boa Tarde Minhas Lindas!!! 

Estão gostando do livro? Deixem suas opiniões.

Para mim é muito importante saber se a escrita está boa e se vocês estão curtindo o desenvolver da história.

Hoje teremos uma narração diferente. Será que vocês vão curtir?

Beijos no <3

Liv


















Max

Muitas coisas do meu passado me levaram a tomar as atitudes que tomei em relação a Malu. Coisas que eu lutei muito para esquecer. Coisas que me tornaram uma pessoa rude e egoísta, mas que com o tempo foi ficando para trás. E eu consegui enterrar o passado de vez assim que coloquei os olhos em Malu.

Confesso que ter mentido para ela esse tempo todo foi uma babaquice da minha parte. Mas eu precisava ter certeza que ela me amava por quem eu era, e não pelo império que eu estava destinado a comandar.

No dia que nós fizemos um ano juntos, eu estava disposto a contar toda a verdade para ela. Sei que seria difícil, e que ela poderia me odiar por um momento. Mas eu tinha certeza que o nosso amor ia falar mais alto e ela iria me perdoar, principalmente depois que eu me ajoelhasse e declarasse todo o meu amor por ela a pedindo em casamento. Eu estava ansioso, nervoso, ainda mais depois que ela me disse que precisava conversar comigo e me contar uma coisa.

Me atrasei quase uma hora naquele dia porque minha mãe deu um ataque quando contei que ia pedir a Malu em casamento. Me disse que ela era uma interesseira como todas, e que com toda certeza sabia que eu era rico e se fazia de inocente para me enganar. Foi uma luta, e eu defendi meu relacionamento com unhas e dentes. Meu pai apenas me olhou e disse que queria que eu fosse feliz. Quando cheguei na casa dela e a vi tão linda, tive ainda mais certeza que ela era a mulher da minha vida. Mas quando ela me contou sobre a gravidez, todas as palavras da minha mãe voltaram para a minha cabeça. A Malu, minha Malu, estava me enganando esse tempo todo. Fiquei fora de mim, a destratei, humilhei e agi com brutalidade. Voltei para casa transtornado, mas não contei nada para ninguém.

No dia seguinte fui atrás dela de novo, eu queria muito que tudo aquilo não passasse de um pesadelo, mas tudo era real. E de novo eu perdi o controle, e se não fosse o Bento chegar eu poderia ter cometido uma loucura. Voltei para casa e acabei desabafando com meu pais. Minha mãe como sempre começou a dizer que me avisou que ela era só mais uma interesseira e que tentou me alertar, mas que como sempre não dei ouvidos a ela. Meu pai nada falou, só me repreendeu pela forma como a tratei e disse que não criou um filho para tratar uma mulher dessa forma.

Estou agora deitado na minha cama olhando para o teto. Tem dias que não durmo e nem como direito. Sei que estou parecendo uma sombra do homem que fui, que estou afundando de novo, exatamente como a alguns anos atrás.

Todo ódio que senti por Malu foi dissipando, e agora, aqui dentro, só resta mágoa.

Essa dor não sai do meu peito, e eu só queria entender porque ela fez isso com a gente. Mas tem algo que não sai da minha cabeça desde ontem, se ela queria mesmo me dar um golpe e já sabia de tudo, porque ela não correu atrás de mim? Por que não tentou me convencer que eu estava errado? Afinal, já tem quase uma semana desde o dia que a vi pela última vez e ela sequer tentou me ligar.

Meu pai entra no meu quarto e senta na minha cama. —Filho, você precisa sair desse quarto, tomar um banho e comer alguma coisa.

—Como pai? Se essa dor aqui dentro não passa. — Digo e passo a mão no peito.

—Max, olha para mim. — Ele diz e eu olho para aquele homem que sempre foi o meu exemplo de vida. —Eu nunca te vi tão feliz como você esteve nesse último ano, e embora não aprove a mentira que você criou, eu entendo o que você fez, entendo que você só estava tentando se proteger. Não vou mentir e dizer que estou feliz com a forma que você tratou essa menina, mas sei muito bem que o passado voltou com força e te fez reviver tudo aquilo de novo. — Ele diz e suspira. —Mas eu queria saber uma coisa. Esse tempo todo que você viveu com essa menina, você acha que foi tudo mentira? Você acha que ela seria capaz de mentir durante todo esse tempo? Fingir te amar, ou fingir não saber que você era rico? Pense nos pequenos detalhes, no dia a dia de vocês, nas pequenas coisas.

—Eu não sei, pai. Minha cabeça está a mil por hora.

—Você já parou para pensar que ela pode realmente te amar e que esse filho é seu e não foi planejado por ela para dar um golpe em você? Que simplesmente aconteceu como em tantos outros relacionamentos. Olha, eu não quero colocar mais coisa na sua cabeça, só quero que você pense direito e não jogue fora um amor que poderia te trazer uma família.

Meu pai termina de falar e sai do quarto sem me dar chance de responder, e eu fico ali repassando toda a minha vida. As coisas do meu passado se misturam com as coisas do meu presente, e eu acabo adormecendo sem sentir.

Malu

Já faz uma semana que Bento me fez aquela proposta, e amanhã é o dia que ele vai embora. Eu resolvi ir com ele, mas ele ainda não sabe. Todos os dias ele conversava comigo tentando me convencer, e hoje me deu um ultimato, dizendo que quando chegasse em casa iria pegar minhas coisas e colocar nas malas, e eu iria com ele nem que fosse amarrada.

Eu não tenho nada que me prenda aqui, ainda mais com meu amigo indo para longe, além do mais, não posso arriscar que o Max tente tirar o meu bebê. Depois que fiquei mais calma eu comecei a pesquisar sobre ele. Ele não é rico, ele é podre de rico. E se entrasse na justiça pedindo um exame de DNA e a guarda do meu filho, eu certamente não teria nenhuma chance contra ele. E é por isso que nesse exato momento eu estou tirando as minhas roupas do armário e as colocando dentro das malas. Vai ser muito difícil viver longe daqui, mas pelo menos eu terei Bento para me apoiar. Hoje cedo fui até o meu trabalho e conversei com a minha chefe, expliquei que iria precisar sair do emprego pois apareceu uma nova oportunidade para mim em outra cidade. Não entrei em detalhes, e nem disse onde era. Ela ficou triste, disse que gostava muito de mim. Mas que entendia que eu tinha que seguir com a minha vida.

Estou fechando a última mala quando escuto a campainha tocar. Vou até a sala e abro a porta, levo um susto quando vejo Max na minha frente. Ele não se parece com o homem que eu amei durante um ano. Está mais magro, abatido, e seu olhar reflete milhões de emoções ao mesmo tempo. Sinto vontade de abraça-lo, mas então me lembro de tudo o que ele me disse e a raiva toma conta de mim.

—O que você está fazendo aqui?— Digo de forma ríspida.

—Malu, eu vim em paz. — Ele fala e levanta as mãos em sinal de rendição. —Eu preciso falar com você. Eu preciso que você diga olhando nos meus olhos que esse filho é meu, e que você nunca me enganou.

Dou uma risada sarcástica e digo. —Agora você está em paz? Porque as últimas vezes que você esteve aqui e eu quis conversar e te explicar você se transformou em um homem descontrolado, que só gritava e falava atrocidades para mim.

Vejo muitas emoções em seus olhos, raiva, tristeza, surpresa... parece que ele está perdido, em conflito consigo mesmo. Mas eu não posso me deixar enganar, ele mentiu para mim durante um ano. Ele dá um passo para frente e eu dou um para trás. Ele me olha com um olhar frio e rosna. —As minhas atitudes não importam. Apenas me diga se esse filho é meu.

E assim eu vejo que realmente nunca conheci o Max. Nessa hora uma ideia me vem à mente. Sei que meu filho pode me odiar um dia por privá-lo de ter um pai, mas eu preciso mantê-lo seguro junto a mim. Eu serei seu pai e sua mãe, além do que, ele vai ter uma figura masculina na vida que será o seu padrinho. —Que filho, Max? Aquele que eu perdi há uma semana depois que você me disse aquelas atrocidades e saiu daqui?

Caminhos Traçados - Retirado em 11/02Onde histórias criam vida. Descubra agora