Eu não sei que cor as lágrimas têm, mas gostaria.
Aquela foi a primeira vez que o vi chorar.
Ele balbuciava algumas coisas enquanto deixava as lágrimas descerem.
“Por que você me odeia?”
“Eu não sou um monstro.”
O que me doía não era o que ele dizia, mas o jeito como o fazia. Se culpando a cada palavra.
Definitivamente, não parecia acreditar na própria afirmativa.
Me virei para ir embora, com cuidado para não esbarrar em nada ou fazer algum tipo de barulho.
Minha bolsa se enroscou na porta enquanto passava por ela, sem prestar atenção, puxei-a com toda a força e fui embora correndo. Sem olhar para trás.