IV

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Sentir-se numa âncora
Preso à ela
Fadada a essa clausura
Assim me sentia
Pode ser loucura
Mas a treva foi tão grande e dolorosa
Gritante em meus ouvidos
Afundou meu coração
E lá no fundo do mar
presa à ela ainda me sinto
Talvez ainda a visite às vezes
Mesmo por uns minutos
E cada vez mais crio forças
para nadar e emergir
E voltar a respirar
À deriva no meu mar
Olhar o céu e contemplar
Lembrar que Deus não esquece de ninguém
É difícil se soltar da âncora
Ela gosta de te sugar para baixo
para você se lembrar das trevas
A Luz fica lá em cima no céu
do Sol ou da Lua
Vês? Como a Luz fica acima?
Eu gosto do mar
E sei que seres vivem nas profundezas
Mas veja, eles vivem sim lá
Mas nadam livres
Não estão presos em nenhuma correnteza
Eles vivem flutuando e são presas
Para seus predadores
Mas não desistem da vida
Não deixam de viver.

Adriana Cristina Valderramas
07/07/2018

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