III

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A criança não via o Sol
Nenhum raio de luz a ajudava
Os dias passavam
enquanto assistia sozinha
o quanto ela definhava

Ninguém a enxergava
Ninguém vinha conversar com ela
Ela não entendia
Até o levantar da cama não conseguia
Enquanto uma lágrima caía
E aumentava a cada dia

A mágoa para ela era muito grande
Mas ninguém a enxergava
Ninguém com ela conversava
Na cama ela assistia ao seu futuro
Cada dia mais derrotada

Então alguém decidiu matá-la
Já que ninguém se importava
E o coração dela já não mais
Aguentava tal fato que a cortara
Tamanha dor que ela suportava

Esse alguém fora ela própria
Ela que chamou a morte
Para vir visitá-la
Era bom pois a morte
Em nada aconselhava

A morte cumpriria sua função
Quieta e sombria
Já ao lado da menina
Em pé a esperava

Era só ela decidir como executaria
Então ela se cortara
E a morte ao seu lado
A puxava e segurava

Com ar de triunfo
Mais uma presa
a morte colecionava

Adriana C V
08/07/2018

P.S: nunca pratiquei tal ato deste poema, só quis com muito respeito que tenho, sobre falar desse assunto.
Fiz para quem já fez ou sente vontade de fazer isso.

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