3. usted

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Sinto alguém abanar meu ombro porém me limito a resmungar algo e mudar de posição

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Sinto alguém abanar meu ombro porém me limito a resmungar algo e mudar de posição.

Prestes a adormecer, volto a ser abanada, dessa vez com mais força.

— Me deixa dormir, pai. — Reclamo com a voz rouca e arrastada devido ao sono. Devem ser umas seis da manhã, ele tá louco se acha que eu que vou me levantar para ficar naquele frio assistindo homens correr atrás de uma bola. Francamente.

Haja paciência.

— A última vez que chequei, não sou um homem. Muito menos sua familiar. — Uma voz feminina e irritante soa, me despertando completamente.

E nem foi o fato de uma mulher desconhecida estar em meu quarto que me fez ficar sentada de súbito, mas sim o fato da voz dela ser tão irritante que meu sono chegou a ser espantado.

— Quem é você? — Franzo o cenho, encarando a garota loira em frente de mim. Alguns fios de cabelo acabam caindo sobre meus olhos, consequência do movimento brusco ao me levantar.

A loira usa uma saia justa que parece apertar demais sua cintura e que deixa suas pernas magras à mostra.

Uau, já perdi a conta de quantas vezes minha própria mãe me julgou por não ter essas pernas, longas e magras, perfeitas para seguir a carreira de modelo que eu sempre quis.

Infelizmente, minha altura e minhas curvas não foram o suficiente. Sequer chegaram perto das qualificações para ser uma modelo de passarela.

Isso fez Bianca ter ainda mais raiva de mim; eu não seria a sua fonte de dinheiro, pois não tinha os quesitos necessários para ser uma modelo.

No início, doeu. Muito. Saber que eu não só podia seguir meu sonho, como também não estava sendo motivo de orgulho para a minha mãe.

— Tamera Dwayne, diria que é um prazer te conhecer mas a baba caindo no canto de sua boca me faz repensar sobre isso. — Diz ela, fazendo uma expressão de nojo.

Rio pelo nariz, me controlando para não checar se realmente tem baba no canto de minha boca, e reviro os olhos, andandoo em passos duros até à porta. É só o que me faltava.

Ela prontamente me segue, resmungando algo.

— Enfim. Eu só quero, gentilmente, pedir que me empreste uma calcinha. É que eu vim aqui como acompanhante do Sergio Ramos e ele rasgou a minha.

Arregalo os olhos.

Ai não, eu acho que vou vomitar.

— Ah, ele rasgou? — Coloco as mãos na cintura, decidida.

— Sim. Sabe, é que tava muito quen...

— Ótimo. — A interrompo, envolvendo a mão no seu antebraço para a puxar comigo.

Juntas, com o barulho irritante de seus saltos e meus pés descalços implorando por misericórdia devido ao chão frio, chegamos até ao campo de futebol onde o time está separado em dois.

𝐃𝐞𝐬𝐭𝐫𝐨𝐳𝐚𝐝𝐨 • 𝚂𝚎𝚛𝚐𝚒𝚘 𝚁𝚊𝚖𝚘𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora