As borboletas não morreram no seu estômago. As flores não morreram porque a terra não estava boa. O amor não morreu porque o destino quis assim. Lhes faltou o ar pra respirar, nos três casos, querida.
Às vezes a gente não sabe quem foi o primeiro a fechar a janela, mas então alguém fecha a porta e depois outra janela, e assim o ar vai se tornando viciado, abafado. A circulação se torna pequena e as borboletas começam a se cansar, as flores começam a murchar e o amor começa a procurar qualquer saída que for. Amor é feito de liberdade. Não há amor se não existir liberdade de escolha. Não há vida sem ar. Não há ser que aguente prisão completa dentro do peito do outro.
Foi assim com as borboletas que você disse que morreram. Foi assim com as flores que você jogou fora naquele dia de feriado prolongado. Foi assim com o amor que você prendeu no peito como se fosse apenas seu. Meu amor, você não é dona do outro. Foi assim que a liberdade acabou, o ar faltou e o amor morreu.
Às vezes o problema é tão do outro que a gente não percebe que tá sufocando alguém com o pouco ar que resta para o amor. Muitas vezes a gente não percebe que está matando as borboletas do outro com o nosso ciúme e a nossa falta de paciência. Muitas vezes nós somos qualquer pessoa por aí que se identifica com os textos e percebe que o ar tá faltando pra elas também. Às vezes a gente só precisa abrir as janelas e deixar ir. O que for pra permanecer no peito da gente, não vai embora.
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ALMA PURA
PoetryTodos nós somos muito mais que apenas trabalho e rotina. Somos corpo. Somos alma. Somos criatividade. Somos a vida. Somos a crítica. Somos os jovens. Somos quem faz a mudança. Somos a esperança para esse mundo caótico. Somos alma pura. Capa feita pe...