Capítulo 2 - parte 3 (não revisado)

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O engenheiro chefe foi o seguinte a entrar e um dos últimos foi o Zulu, que estava tão preocupado que se via no rosto os sinais.

Daniel levantou-se para falar quando o computador central antecipou-se.

– "Atenção, senhor. Todos os sistemas da nave estão operacionais, exceto o motor de mergulho que precisa de ser substituído. Está além de qualquer reparo."

Enquanto Daniel não alterou o semblante, Nabuntu alegrou-se e o engenheiro chefe ficou pálido como um boneco de cera.

– Ainda bem que carregamos mais três sobressalentes – disse o comandante para alívio geral, mas o senhor Kami continuava nervoso e Daniel sabia muito bem o motivo. Ele fez um sinal para que o engenheiro ainda não se manifestasse e começou a falar:

– Amigos, nós sobrevivemos, a probabilidade era bem baixa, mas eu confiei no nosso barquinho e aqui estamos bem inteiros, exceto por algumas contusões. O único dano sofrido, além de bastantes vidros partidos, é a destruição do motor estelar, segundo o computador. Antes de perdermos a consciência, eu vi que o mergulho que fizemos, levou-nos a cerca de cento e oitenta mil anos luz para fora da Galáxia, mas nem tenho ideia do tamanho do salto efetuado. Tudo o que posso imaginar é que foi algo brutal porque estamos de novo em uma galáxia e é certo que não se trata da Via-Láctea, temos de descobrir o quanto este hiper salto forçado nos mandou para longe de casa. Essa tarefa caberá ao pessoal do observatório. Engenharia, preciso que troquem o motor de mergulho, então comecem logo com os preparativos sem comprometer a operacionalidade da nave. Podem requisitar ajuda aos setores ociosos de modo a fazerem o serviço o mais rápido possível. Outra coisa, este salto deve ter gerado uma onda de choque gigantesca. Talvez não seja detetável na nossa galáxia, mas nesta não há dúvidas que foi. Como não sabemos que tipo de gente podemos encontrar, a artilharia ficará sempre de máxima prontidão.

Aditya não se conteve mais.

– Há operações na troca do motor de mergulho que precisam de ser efetuadas em terra, senhor – disse o indiano. – Sem os motores, estamos impossibilitados de ultrapassar c e pode ser que o planeta mais próximo esteja a muitos anos de distância.

– Se esse for o caso – disse Daniel, pensativo –, não nos resta alternativa a não ser tentar fazer o conserto no espaço mesmo, ou então rebocar a nave com todas as auxiliares juntas. Alguma outra pergunta?

– Almirante – disse um cientista, compenetrado. – Antes de vir para a reunião, estava investigando o espaço e posso afirmar que nos encontramos a cerca de cinco horas-luz de um sol amarelo com algo em torno de dez planetas...

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DB II - Ep15 - Os Mortos ErrantesOnde histórias criam vida. Descubra agora