Capítulo 6 - parte 2 (não revisado)

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O pequeno porém poderoso conjunto de naves de cem metros de diâmetro corria vertiginosamente contra o inimigo, atingindo c apenas seis segundos depois que alcançou o espaço.

O capitão Erik, um intrépido solariano de descendência escandinava e líder do esquadrão viu as naves dos aliados acelerarem de forma brusca para os acompanharem, mas não estava interessado em esperar por eles porque, na sua opinião, cada segundo contava contra o seu imperador. O objetivo principal era retardar a gigantesca frota que se aproximava. Pela experiência anterior, ele sabia que as naves da Dani eram muito superiores às do inimigo, mas eram apenas onze destroyers contra mais de cento e sessenta mil naves inimigas, segundo a última contagem. De acordo com os seus cálculos, se cada nave da sua esquadrilha abatesse cinquenta unidades inimigas por segundo, que era quase que o limite da sua capacidade de destruição desde que os seus homens jamais errassem um disparo, seriam quinhentas e cinquenta naves abatidas por segundo, um número que terminaria o confronto em míseros cinco minutos. Acontece que, na prática, isso era impossível. Tanto eles quanto o inimigo estariam em movimento e teriam de evitar os ataques maciços, o que lhe levava a crer que seria um combate de quatro a cinco horas, senão mais. Isso, contudo, era tudo o que precisavam para ajudar a Dani a ficar pronta.

Foi com essa disposição que a frente de naves imperiais fez uma pequena barreira de cerca de onze mil quilômetros. Erik disse para os subordinados:

– Mil quilômetros entre um e outro e fiquem parados. A primeira tentativa de invasão deve ser respondida com fogo pesado e fulminante.

Aos dois milhões de quilômetros, os Batiks reduziram a velocidade e Erik respirou aliviado, achando que eles tentariam negociar. Aos seiscentos mil, atiraram e quinhentas e cinquenta naves Batiks deixram de existir, trasformadas em tochas atômicas.

– Ação – ordenou o escandinavo.

Cada uma das onze naves acelerou em um sentido, embrenhando-se no meio do inimigo e infligindo danos pesados, ao mesmo tempo que as naves auxiliares chegavam e faziam um estrago similar, embora menor.

O combate foi se tornando cada vez mais violento porque as previsões do líder de esquadrão estavam acertadas. Os batiks não eram burros e já haviam notado que não eram páreo para as naves cinco vezes menores que as deles. Quando a batalha estava entrando na segunda hora com cerca de dez mil inimigos destruídos, os batiks viram aquela esfera colossal aparecer em velocidade vertiginosa e parar de repente bem no meio dos dois grupos. Alguns batiks, que estava no meio do caminho, colidiram com os campos de força e explodiram, desaparecendo no hiperespaço.

– Daniel para a frota – disse o almirante. – Recuem todos para dez milhões de quilômetros.

– Ai meu Deus – murmurou Erik, preocupado. – Ele vai usar a super-bomba.

Daniel mandou parar a Dani e o inimigo, ninguém saberia dizer por que motivo, fez o mesmo. Usando a transmissão forçada, ele disse, usando o idioma do Povo das Estrelas:

– Aqui fala o supremo almirnate imperial do Império do Sol na nave capitânia Dani. Acredito que os batiks, pelo menos alguns de vocês, conheçam o idioma do Povo das Estrelas. Eu gostaria de falar com o vosso líder.

Uma imagem surgiu na tela principal da Dani e o imperador viu-se perante um ser humano, idêntico a qualquer caucasiano.

– "Quem é o senhor, Almirante estrangeiro?" – perguntou sem ao menos um cumprimento.

– Sou um solariano, cavalheiro, e não gostamos de ser atacados. Sugiro que se retire o mais rápido possível.

– "Toda esta galáxia é batik" – berrou o invasor, bastante alterado. – "Não sei de onde veio, mas renda-se imediatamente ou será destruído. Prepare-se para receber um comando de abordagem."

– O senhor vai-me obrigar a declarar guerra ao seu povo?

– "Vocês são duas dezenas de patéticos" – respondeu o estranho, com uma risada. – "Acha que pode enfrentar o nosso poderio?"

– Segundo os nossos cálculos – disse Daniel, sério –, até ao presente momento só aconteceram baixas na sua esquadrilha.

– "Renda-se, não vou repetir."

– Meu caro – insistiu Daniel. – Em cinco segundos, metade da sua frota deixará de existir, senão muito mais do que isso, e não vou perder o sono por causa da sua teimosia. Não acha melhor parar de falar besteira?

– "Chega de conversa" – berrou o comandante. – "Atacar agora."

– Zulu, no meio da frota, juízo final, cinco segundos.

– Ai meu Deus – murmurou Erik.

A Dani já era alvo de mais de dez mil disparos quando a mais macabra das suas armas entrou em ação. Na sala de artilharia, Zulu apertou um botão vermelho. Na tela virtual à frente dos seus olhos, surgiu o menu de bombas a serem usadas com o canhão de impulso. Ele escolheu a última e suspirou. A seguir, na imagem das naves inimigas, tocou com o dedo na nave do centro.

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O comandante em chefe dos batiks aguardava a frota de apoio do seu almirante e agia de acordo com as ordens recebidas. Teve vontade de rir quando viu a petulância do estrangeiro e acabou rindo a bom rir.

Quando a ligação foi desfeita, ele olhou para o imediato e disse:

– Que ridículo, blefando desse jeito – pegou o microfone e continuou. – Atenção, a nave gigante deve ser capturada. Tentem não destruir...

Não conseguiu acabar a frase quando ouviu um grito de pavor do piloto. Olhou para a escotilha e viu uma nuvem de energia expandindo-se em velocidade assustadora.

– Aceleração de emergência...

A energia da aniquilação da superbomba de antimatéria alcançou a sua nave e foram vaporizados, nem mesmo sentindo o que aconteceu.

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DB II - Ep15 - Os Mortos ErrantesOnde histórias criam vida. Descubra agora