Capítulo 7 - parte 4 (não revisado)

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Quando chegam ao restaurante chinês que o Daniel tanto apreciava, foi recebido com aplausos.

– Senhor – disse o dono. – Estou muito feliz que não morreu. Separei uma sala só para vocês.

– Nós?

– Sim. Algumas pessoas pediram isso.

– Quem?

– O jovem que é seu primo e vários amigos vossos. Eles disseram que o senhor viria aqui.

– Claro, sabem que é o meu restaurante preferido!

– O senhor me honra muito com esse comentário, Alteza.

– Para o senhor, sou apenas o Daniel de sempre.

– Obrigado. – Ele inclina-se. – Sigam-me.

Na sala reservada, o Daniel encontrou o primo, a esposa os pais dela e dele e vários amigos da escola. Eles fizeram uma algazarra enorme com a chegada do casal, que sentou na mesa do João.

– Não era bem isto que eu esperava de uma noite calma, mas obrigado pela vossa presença – disse o imperador, sorridente.

No meio do jantar, a Daniela de um salto na cadeira, assustada. Logo depois, sorriu.

– O que foi, amor?

– Ele chutou. – A esposa pegou a mão do marido e pôs no ventre. Ele sentiu pequenas pancadas.

– Já escolheram o nome? – perguntou o primo, alegre.

– Daniel Alexandre Chang Moreira – disseram os dois ao mesmo tempo.

Erguendo o copo o João gritou:

– Viva o Daniel Alexandre, príncipe do Império do Sol.

Enquanto os outros gritavam vivas e erguiam os copos, Daniel disse, apenas para a mente da mulher.

– "E eu que queria ficar a sós contigo, Dani."

– "Eu também, amor, mas eles te amam tanto! São assim desde a escola, tu mesmo disseste."

"Tens razão." – respondeu ele, com um sorriso e um beijo mental.

– E tu, João – perguntou a imperatriz. – Qual nome darás ao teu filho?

– Se for menino, será Paulo ou Manoel. Se for menina, talvez Andreia, ainda não decidimos direito.

– Será uma menina – disse a Daniela à queima-roupa. – Podem escolher por aí.

– Como podes saber? – perguntou a homônima, esposa do João.

– Às vezes tenho previsões – respondeu. – Quando isso acontece, jamais erro.

O jantar terminou e o casal despediu-se dos amigos. Afinal, no dia que se seguiria, seria o grande churrasco no palácio e ninguém queria perder isso.

O casal sai de mãos dadas e vai passear um pouco na beira do Guaíba. Apesar de não sair uma única palavra da boca deles, conversavam bastante e o assunto oscilava entre o futuro imediato com o nascimento do filho ou a situação política do império.

Agora que ambas as ameaças estavam devidamente neutralizadas, ele passaria a dedicar atenção maior para a tarefa que a coronel Anjuska recebera, que era libertar os humanos escravizados pelos remanescentes tantorianos. Além disso, ele pensava em um projeto que desejava fazer desde que encontrara o arsenal secreto debaixo da sua casa de férias, no Pará.

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DB II - Ep15 - Os Mortos ErrantesOnde histórias criam vida. Descubra agora