Sr. Cínico (Degustação)

Capítulo 3- Amigos inconvenientes

Passei pela enorme biblioteca da faculdade atrás de algum livro de Direito penal público interno que me interessasse já que eu tinha um relatório pra fazer e não gostava muito de utilizar pesquisas pelo google que não eram fontes muito confiáveis feito os livros. Fui para uma mesinha mais afastada já que tinha um grupo de coreanos fazendo um pouco de barulho e a moça da biblioteca parecia muito interessada em seu celular e não reclamava com eles. Comecei a folear as páginas de um dos livros que eu tinha pego já com um bloquinho de notas nem mãos para anotar tudo que fosse importante para o meu relatório.

Eu tinha aula só na parte da tarde hoje por isso quis chegar mais cedo para estudar, esse semestre estava me tirando os cabelos com as matérias tão complexas que estava tendo por isso eu tinha que me virar em dobro para estudar. Ouvi algo na sessão de literatura da arte bem onde ficava a mesa que eu estava, parecia uma pequena discussão mas as vozes estavam tão baixas, me levantei com cuidado já que minha curiosidade estava falando mais alto e vi por entre as estantes um casal parecendo discutir a mulher loira falava algo e gesticulava para o homem que eu não conseguia ver o rosto, abaixei mais um pouquinho e me assustei em ver que era o Sr. Cínico que a mulher falava ele estava com uma expressão cansada e ao mesmo tempo irritada.

-Não quero saber se você ainda não encontrou uma casa, a guarda do nosso filho é compartilhada ele tem o direito de ficar com o pai! – A mulher dizia, então aquela era a esposa do professor? Até que ela era bonita, na verdade era muito bonita.

-Eu não estou dizendo que não quero ficar com meu filho, o problema é que não posso deixa-lo em um hotel de beira de estrada. Me der mais algum tempo até que eu arrume um lugar melhor para morar eu estou procurando, mas não é tão fácil assim como você pensa. – Ele fala com seu timbre de voz um pouco mais elevado que o normal.

-Vou te dar mas uma semana, caso o contrário eu vou entrar com uma ação para ficar com a guarda só para mim.

-Que mulher você se tornou Elizabeth? Querer tirar um filho de um pai que o ama.

-Eu sei que você o ama, mas acontece que ele sente sua falta Bernard. Nossas vidas mudaram depois que você quis se divorciar.

-Você sabe muito bem que eu tive motivos para isso...

Um dos coreanos derrubou um livro no chão fazendo os dois pararem de falar, eu corri de volta para minha mesa antes que percebessem minha presença, por aquilo eu não esperava. Peguei minhas coisas e sair da biblioteca precisava contar tudo para as meninas do que tinha visto e ouvido.

-Então quer dizer que ele não quer ficar com o filho? -Kelly pergunta depois que eu relatei tudo que ouvi pra ela e Lilian, estávamos sentadas no gramado em frente ao nosso prédio que teríamos aula.

-Não. Ele quer ficar, mas parece não ter um lugar descente pra morar ainda.

-Bem que a Brenda da nossa sala falou que ele estava se divorciando. -Lilian fala. – Ela disse que a ex esposa dele surtou na sala dos professores e falou um monte de coisa para ele xingando ele de todos os nomes possíveis foi a maior baixaria.

-E como a Brenda tem essas informações? -Kelly pergunta.

-Parece que ela tem um caso com o professor se Direito privado, mas não falem isso para ninguém ela não me contou nada mas eu percebi o jeito que os dois se olham.

-Mas o que eu não entendi. – Continuei. – E por que ela disse que foi ele que pediu o divórcio?

-Não deu para ouvi o resto da conversa?- Lilian pergunta.

-Alguém fez barulho e assustou os dois, não queria ser pega ouvindo a conversa e sair de junto. Eu fiquei muito curiosa para saber o resto.

-Então quer dizer que o mister delícia está livre no mercado? -Lilian falou sapeca.