Sr. Cínico (Degustação)

Capítulo 1 - Desafiando o professor

Laura PDV

Acordar pela manhã com seu noivo babando em cima de você não é nem um pouco uma forma bacana de acordar, faziam exatamente trinta minutos que eu encarava o teto aguardando o despertador tocar para eu finalmente ter que me arrumar pra aula, hoje era o primeiro dia de mais um semestre da faculdade, mais dois e eu finalmente estaria com meu diploma, eu fui à única da família que quis seguir os passos do meu pai em fazer Direito na universidade, meu irmão mais velho preferiu arquitetura o que foi praticamente a decepção do meu pai, mas não demorou muito para ele "aceitar" a escolha da profissão do meu irmão já que ele começou a trabalhar em uma construtora famosa. Já eu era a sua pupila desde sempre, ele dizia que o futuro do seu renomado escritório estava nas minhas mãos e eu não fazia ideia do peso que aquilo traria para minha vida depois que me tornei adulta, tirando o peso do Charles roncando e babando em cima do meu peito.

Finalmente o despertador toca às 7:00 horas em ponto, Charles se espreguiça e finalmente se afasta de mim, passando a mão nos seus cabelos loiros e sedosos, ele abre seus olhos castanhos e me encara preguiçoso.

- Já está na hora? - Ele pergunta bocejando.

- Sim senhor dorminhoco. - Ele me dá um beijinho antes que eu me afaste para levantar.

Fui até o armário escolher uma roupa para usar, tinha comprado algumas peças novas de roupas, já que eu sempre perdia roupa por causa dos meus quadris largos. Peguei um vestido amarelo com umas florezinhas na estampa era algo bem alegre para uma manhã chuvosa de Boston, mas ele ficava bonito no meu corpo. Troquei de roupa bem rápido e eu não tinha percebido quando eu comprei o vestido que ele ficaria curto estava na metade das minhas coxas e como eu tinha as pernas grossas aquilo realçava mais. Meu corpo não era um padrão estilo modelo, eu era cheinha desde criança, minha mãe sempre tentou mudar essa situação e na adolescência eu até emagreci mais depois minhas curvas voltaram novamente.

Passei um pouco de maquiagem, nada muito exagerado para se usar pela manhã e meus cabelos? Bem rebeldes como sempre, mas dei um jeito de doma-los. Quando sair do quarto depois de ter me arrumado, Charles me esperava na mesa ele nunca preparava o café da manhã eu sempre tinha que fazer para nos dois, isso é o que dá ter um noivo filhinho de papai mimado.

- Hoje Mary vem limpar o apartamento? - Ele pergunta sem tirar os olhos do celular. - Estou sentindo pó nos moveis.

- Vem sim. - Digo, indo pegar duas tigelas para por nossos cereais, o dele um sem graça que não continha açúcar e o meu era choco cocos com muito açúcar e muito chocolate. - Você hoje vai voltar tarde do estagio?

- Provavelmente sim, lá está uma loucura com a nova empresa filiada. - Entrego a tigela de cereais para ele que coloca o leite. - Você vai fazer o que depois da aula?

- Acho que vou ficar pelo campus mesmo com as meninas, talvez tomar um café.

Comemos em silencio e como sempre eu tive que arrumar a gravata de Charles já que ele nunca conseguia arrumar certo.

- Não acha que esse vestido está muito curto? - Ele me pergunta olhando para o meu vestido.

- Eu pensei que ele ficasse maior. - Digo puxando um pouco a barra do vestido para baixo. - Mas até que eu gostei dele.

- Só não quero ninguém olhando para minha noiva, principalmente aqueles babacas do campus. - Reviro os olhos para aquela sessão de ciúmes.

- O que conversamos sobre as minhas roupas? - Falo seria. - Meu corpo, minhas regras. - Dou um beijinho na ponta do nariz dele e volto para pegar minhas coisas no quarto.

- Estou indo, não posso chegar atrasado. - Ele me dá um beijo. - Até mais tarde amor.

Depois que Charles foi embora eu demorei uns cinco minutos para achar a chave do meu carro, eu sempre perdia dentro de casa, tinha que comprar um negócios daqueles que deixam as chaves penduradas. Recebi uma whatsapp de Lilian minha amiga, perguntando se eu já estava pronta, respondi ela rapidamente antes de enfiar meu Macbook na bolsa. Meu apartamento ficava bem pertinho do meu campus, as vezes eu me perguntava por que morava em um apartamento tão grande e tão luxuoso para apenas duas pessoas que mal viviam nele, mas como Charlie gostava de status ele amava viver ali.