IV: China Antiga

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Os antigos chineses gostavam de situar o seu território no centro do planeta. Todos os outros territórios, segundo eles, eram habitados por bárbaros. Dessa concepção de mundo deriva o nome tradicional que ainda hoje os chineses utilizam para designar o país: Zhongguo, que significa Império do Meio.

Na parte leste do território, se encontra a chamada Grande Planície de China. Dois rios que nascem nas montanhas, correm por ela: o Huang-Ho (rio Amarelo) e o Yang-Tsé-Kiang. Durante muito tempo, acreditou-se que as margens do rio Huang-Ho foram o berço de toda esta civilização. Porém, os atuais historiadores admitem outros locais de desenvolvimento da cultura chinesa. Os soberanos chineses eram considerados garantia da ordem do mundo, e se proclamavam Filhos do Céu. Assim, os soberanos desempenhavam papel político e religioso no decorrer das várias dinastias que existiram na China.

Qin Shi Huangdi tornou-se imperador chinês pela força das armas. Ao tomar o poder em 221 a.C., Huangdi proclamou-se Primeiro Augusto Soberano. Considerado o fundador da China unificada, em seu reinado impôs em todo o império muitas inovações, como o calendário, um sistema único de escrita e de pesos e medidas. Além disso, convocou camponeses para construir estradas e canais, secar zonas pantanosas e comandou a construção da Grande Muralha, com o objetivo de repelir os bárbaros ao norte. Este imperador foi um centralizado enérgico, aplicando em toda a China uma legislação civil e militar. Por isso, apesar das suas realizações, tornou-se um soberano detestado. Antes de morrer, Huangdi ordenou que fossem feitas cerca de sete mil estátuas de guerreiros em tamanho natural para serem colocadas a leste de seu túmulo. Essas estátuas eram de terracota (argila cozida ao forno).

DINASTIAS QIN E HAN

Costuma-se dividir a história da China Antiga nos períodos em que linhagem de reis ou dinastias governaram o território. Assim, a Dinastia Qin teve início com o reinado de Huangdi, em 221 a.C., e terminou com sua morte, em 207 a.C.

A Dinastia Han, por sua vez, iniciou em 206 a.C., quando um líder chamado Liu Bang tomou o poder. Esta dinastia durou até 220 d.C.

Uma das características dessa dinastia foi a política de conceder presentes caros (seda, espelhos de bronze, perfumes e joias) aos vizinhos da Ásia central. Era uma forma de comprar aliados. Foi na época dos Han que os chineses, que se julgavam o centro do mundo, descobriram que outros povos viviam a oeste de suas fronteiras. O contato com estes povos passou a ser cada vez maior. Neste período, a China também conheceu um considerável aumento da população e uma série de avanços técnicos, como a invenção do carrinho de mão e do moinho movido a água.

A RODA DA SEDA

A construção de trechos da Grande Muralha ajudou a abrir um caminho da China para o Ocidente. Este caminho ficou conhecido como Rota da Seda. A demanda por seda chinesa durante muito tempo esteve em alta em mercados como a Pérsia, a Turquia, a Índia e até o império romano. Os dois impérios, romano e chinês, sabiam um da existência do outro, mas a enorme distância e dificuldade de transporte tornava inviável um contato mais estreito. Desta forma, a Rota da Seda contribuiu para estreitar estas relações, especialmente de forma comercial. A rota foi utilizada ainda durante boa parte da Idade Média.

DINASTIAS TANG E SONG

Em 220, houve um golpe militar que derrubou a Dinastia Han. Durante três séculos o poder ficou descentralizado. A reunificação da China ocorreu a partir da Dinastia Tang, que durou de 618 a 906. Porém, enfraquecidos por uma série de rebeliões, esta dinastia foi derrubada e a China ficou novamente dividida. Em 960, a Dinastia Song tomou o poder e tentou reunificar o império. Essa tentativa fracassou, sobretudo, por causa da invasão dos mongóis, povo de pastores nômades do centro da Ásia. Liderados por Gengis Khan, os mongóis acabaram de vez com o poder da dinastia. Assim, a história do fim da Dinastia Song se confunde com a história dos herdeiros de Gengis Khan.

DINASTIAS MING E QING

Por volta de 1368, houve uma grande insurreição no território chinês. A partir dai, a Dinastia Ming instalou-se no poder e comandou o império até 1644. Essa época é considerada, do ponto de vista artístico, a Idade de Ouro da China. A Cidade proibida de Pequim foi a criação de Yung-Lo, o terceiro imperador Ming, que também restaurou uma parte da Grande Muralha. Uma das últimas dinastias foi a Dinastia Qing, que durou de 1644 a 1911. Com o tempo, esta dinastia tornou-se incapaz de evitar a dominação de países estrangeiros na China.

GUERRA DO ÓPIO

O império chinês, sob comando dos Qing, buscou impor sua soberania em relações aos países estrangeiros que se instalaram na China. Uma das medidas foi proibir o comércio de ópio uma droga vendida pelos ingleses. Esta medida fez a China entrar em guerra contra nações ocidentais. Em 1840, a Inglaterra, juntamente com outras potências ocidentais venceu a China na Guerra do Ópio. Derrotada a China teve que acatar as decisões estrangeiras, que aumentaram ainda mais suas áreas de influência sobre o território chinês. 

PERÍODO REPUBLICANO

Em 1912, nacionalistas chineses, liderados por Sun Yat Sen, derrubaram a Dinastia Qing e fundaram a Primeira República Chinesa, conquistando maior autonomia para China. Nas décadas seguintes, houve um desentendimento entre nacionalistas e comunistas da China, fato que desencadeou uma guerra civil que afetou diretamente todo o território. Esta guerra civil só terminou em 1949 com a vitória dos comunistas liderados por Mao-Tse-Tung. Este líder iniciou a chamada República Popular da China.

Atualmente, a China é o país mais populoso do mundo e vem se tornando uma economia cada vez mais forte e competitiva. Possui um governo comunista, com economia capitalista.

CONFUCIONISMO

Quando estudamos a história da China, é importante conhecemos um dos seus maiores sistemas filosóficos, o confucionismo, criado pelo chinês Confúcio, no século VI a.C. A principal ideia desta filosofia é a busca do Tao, ou caminho superior. Confúcio dizia que, por meio deste caminho, é possível ter uma vida boa, com equilíbrio entre as vontades materiais e espirituais. O confucionismo também possui abordagens pedagógicas, políticas e morais. Seus valores mais importantes são: disciplina, estudo, consciência política, trabalho e respeito aos valores morais. Entre os séculos II e começo do XX, o confucionismo foi a doutrina oficial na China, dividindo espaço com outras doutrinas, como o budismo, o islamismo, o cristianismo, entre outras. Atualmente, acredita-se que existam cerca de 6,5 milhões de adeptos do confucionismo no mundo todo. 

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