♧ DEZESSEIS ♧

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Nos jogos reais o maior problema é saber quem conseguiu realizar o xeque-mate.

♧ POR DEREK♧

Depois que vi a angústia nos olhos de Jade, percebi que não podia ficar parado sem fazer nada. Claro que não posso bater de frente com a rainha, no entanto tentarei mostrar a minha insatisfação com as atrocidades que a vejo planejar. Busco me reunir com os oficiais para a reunião secreta, o problema é que eles ainda não estão prontos, mesmo depois de um ano repleto de treinamento. Compreendo que se Jade estivesse na linha de frente todos estariam melhor que o exército de minha mãe. Ela apenas comprou soldados de todos os reinos, sua ganância não tem limites e sua ira para com uma certa rainha também não, ainda não entendo o motivo para sua disputa incansável, porém sei que há uma peça chave entre as duas majestades.

Minha mãe ocupa a posição com maior nível de privilégios reais, a potência real está em seu nome, no entanto estou ciente de que com a união de Dorinlea e Haffínit, talvez, essa situação esteja ameaçada. Como príncipe e futuro rei, não me importo com a disputa e muito menos com a posição em que está o nosso reino, penso em assegurar que todos vivam bem e não passem por necessidades. Nós conseguimos, com o passar dos anos, diminuir a pobreza e o índice de desemprego em Sandelle, no entanto estamos cientes que uns podem esbanjar muito mais que outros.

Com a dispensa provisória que redigi para Jade, posso conversar com Valentin sem levantar suspeitas. Quando o vi conversando com minha joia, fiquei receoso de que ele contasse sobre os nossos planos e ainda mais por sentir o seu olhar de certo modo encantado, estou ciente da reação que Jade pode causar nos homens, além da beleza, ela tem confiança, determinação e ousadia, diferente das outras promessas. Quando minha mãe soube que Valentin era o parceiro de Jade, não pensou duas vezes em ameaçá-lo para que a deixasse. Ele me contou das ameaças e do modo autoritário com que ela o abordou e o obrigou a fazer o que ela propusera.

Valentin é um príncipe da coroa de Haffínit, minha mãe conhece toda a sua família, principalmente sobre sua mãe acamada, e compreende que ele faria tudo para mantê-la a salvo.
Não serei egoísta a ponto de dizer que não me senti aliviado com a obsessão de minha mãe, em Jade ser minha. Pensar que ela poderia estar nos braços de outro é um martírio, uma dor profunda que eu faria de tudo para dissipá-la.

O aposento de Valentin fica com a frente para o meu, às vezes o vejo com fatias de torta encaminhando-se para o cômodo de minha amada e, por incrível que pareça, confio nela o suficiente para saber que não ocorre nada além de uma conversa e boas risadas.

Faço o pequeno trajeto e bato em sua porta, ao abrir o vejo friccionar a mão sobre os olhos, no entanto percebo que há mais alguém no cômodo. Cefeida me admira como se estivesse interrogando o motivo da minha visita e assim também o faço.

— Valentin, poderia jogar xadrez agora?— indago e ele entende a minha proposta, sorrindo para Cefeida.

— Em minutos, terei a minha vitória, mas antes preciso terminar a sobremesa. Deseja juntar-se a nós? — replica o questionamento e sei que o faz para não parecee estranho.

Já que não costumo estar próximo do príncipe, aceito sua proposta e adentro no aposento. A decoração é diferente da minha, vejo estrelas bordadas nas colchas, tapetes, almofadas, cortinas e detendo tons mais neutros. Sento-me sobre o tapete e ponho uma fina parte da torta em um dos pratos que estão disponíveis sobre o centro de vidro.

— Levei para Jade, mas ela não estava em seu aposento.— diz Valentin, enquanto Cefeida, preocupada com a situação, formula uma justificativa.

— Creio que minha irmã não tem passado bem, esses mal súbitos a vem apanhando há alguns dias. — informa com doçura e preocupação. Me aproximo dela e deposito um beijo em seus cabelos.

 👑 A PROMESSA REAL  👑 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora