A casa se encontrava silenciosa. Nenhuma voz, passo ou indício de que mais alguém, além da Senhora Lee, habitava aquele local. A mulher pediu para que a Delegada Park e sua parceira sentassem no sofá, enquanto ela ia buscar um café para as três.
Quando soube da notícia da morte do casal, ela ficara notoriamente surpresa, não muito abalada, porém surpresa. A delegada observara um pouco de preocupação e dúvida em sua expressão, não sabia dizer que tipo de envolvimento aquela mulher poderia ter, mas alguma coisa ela estava escondendo, isso tinha certeza.
Pouco depois, a Senhora Lee aparecera segurando uma bandeja com três xícaras de café e um pote ao lado, com açúcar. Pousou delicadamente na mesa de centro e sentou-se na poltrona, perto do sofá. As janelas estavam abertas, fazendo com que ventasse dentro de casa e a mulher consequentemente, fechasse o fino casaco que vestia, mantendo-se de braços cruzados.
— Muito obrigada.
A delegada agradeceu, pegando uma xícara e sequer adoçando antes de levar à boca e tomar um longo gole. A parceira, que vestia uma farda policial, tirou o boné e colocou sobre a mesa de centro, adoçando seu café para primeiro tomar.
— Muito bem. — Ao pousar a xícara novamente na bandeja, a delegada se voltou para a mulher — Senhora Lee, viemos aqui hoje por conta do sumiço das duas filhas do casal. As duas sumiram no dia do assassinato, e estamos em busca de provas que liguem os dois acontecimentos com o assassino. Uma testemunha nos disse que a filha mais nova, Sooyoung, está passando uns dias com você, isso é verdade?
Ela suspirou, assentindo com a cabeça.
— Sim, é verdade. Há alguns dias atrás, Sooyoung apareceu com sua irmã mais velha aqui. Eu conheço as duas há algum tempo, e também conhecia seus pais, mas não éramos próximos, eu só conversava com a mãe delas às vezes. Minha filha, Hyeri, é amiga de Sooyoung, então ela vinha bastante aqui para vê-la.
Era agora! Só com o relato daquela mulher a delegada podia ter alguma pista sobre a irmã mais velha.
— E o que elas vieram fazer aqui?
— Byulyi conversou comigo, ela praticamente implorou para que eu deixasse Sooyoung dormir aqui por algumas noites, pediu para que eu cuidasse dela. Ela estava desesperada, até chorou um pouco. Eu não tive como dizer não...
Franziu o cenho.
— E ela disse o porquê?
— Não. Disse que não podia explicar naquele momento, que estava com pressa e tinha que ir logo. Eu fiquei com um pouco de medo, confesso, mas o que eu poderia fazer? Negar e mandar a menina pra rua? Ela é amiga da minha Hyeri, e se estava passando por problemas, eu devia ajudar. — Suspirou — Ela também disse que a buscaria em breve, então achei que não tinha nada de mais em ajudar.
— E a senhora não pensou em ligar para os pais delas? Ou em ir até sua casa?
— Pensei, mas eu não tinha o número e Sooyoung dizia não saber de cor. E sobre a casa... eu não sabia onde ficava. Às vezes que conversei com os pais delas foi quando lhes encontrava nas reuniões da escola, ou na saída, quando costumava buscar minha filha.
— Mas Sooyoung devia saber, não?
Arqueou a sobrancelha. Quanto mais investigava, mais estranho aquele caso ficava.
— Para ser sincera, eu não queria ir atrás de saber o que aquela garota estava escondendo. Me concentrei em ajudar Sooyoung, e foi só isso. Mas agora... tudo parece fazer sentido.
— O que quer dizer com isso, senhora?
Quando ela abriu a boca para falar, a atenção das três foi para a porta da entrada que abrira, revelando duas garotas com uniformes escolares que entravam de mãos dadas, ambas com mochilas nas costas.
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runaway ➳ moonsun
Fanfictiononde Yongsun encontra uma garota misteriosa, perdida e assustada no campus de seu colégio e decide ajudá-la, mesmo ciente dos riscos.