Meu Frango

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PVD Lauren

O lugar estava cheio, fiquei extremamente nervosa não querendo chamar nenhuma atenção.

– PUTA MERDA! – Xingou Normani ao meu lado quando o salto de sua sandália entortou, quase a fazendo cair.

Todos no restaurante pararam para nos olhar, horrorizados. Juro que um dos garçons até derrubou um prato, provavelmente chocado com nossa aparência. Definitivamente não dava para passar despercebidas, não só porque éramos uma loira e uma morena de quase 2 metros de altura, mas também porque os trajes que a bisonhenta da minha irmã escolheu eram extravagantes por si só.

Baixei a cabeça e rapidamente fui para a mesa mais escondida em um canto do restaurante, pouco movimentado. Normani me seguiu, rindo da cara dos clientes embasbacados.

Assim que nos sentamos, colocamos cardápios à frente de nossos rostos, tentado evitar a todo custo sermos reconhecidos.

Ainda escondendo a maior parte do meu rosto, dei uma espiada no restaurante à procura de Ariana e Camila. Não demorou para eu avistar a pirralha, distraída com um copo de água à sua frente, sozinha em uma mesa.

Será que Ariana vai dar outro bolo nela? Me perguntei, analisando a expressão melancólica da garota.

– Os senhores... – O garçom magrelo de olhos incrivelmente grandes nos fitou, confuso. – Quero dizer... senhoras já fizeram seus pedidos?

– Vê se dessa vez pede logo a droga do seu frango! – Esbravejou Normani, com sua típica voz Meio fina. O magrelo arregalou os olhos, deixando-os ainda mais assustadores. A bisonhenta sorriu amarelo, quase estragando nossos disfarces. – É que ela adora frango. – Falou ela, com uma voz grossa.

– Traz frango mesmo e uma cerveja. – Pedi, também com voz

igualmente fina, tentando sair logo daquela situação.

O garçom olhou para Normani esperando que ela fizesse seu pedido. Para o meu ódio, ela ficou lendo todas as opções do cardápio lentamente. Fala sério, ela estava querendo que eu a fizesse engolir aquele menu?

– É para hoje, sua idiota. – Resmunguei.

– Tudo bem, eu vou querer duas poções de batata frita, dois hambúrgueres com bastante cebola, sem picles e aquelas maionesesinha de sachê extra. Eu adoro levar algumas para casa.

– Desculpe senhorita, não servimos esse tipo de comida aqui. – Respondeu o magrelo, com nariz empinado. Normani inclinou-se para mim e murmurou.

– Eu falei que esses restaurantes são uma pobreza. – Minha paciência já estava quase se esgotando. Com meu cardápio, bati com força na cabeça da animal.

– Ela... desculpe... ela, vai querer frango também. – Respondi.

Mal o garçom me ouviu, já saiu sussurrando alguma coisa que, com certeza, não eram elogios à nossa pessoa. Só consegui entender duas palavras: "drags pobres!".

Olhei mais uma vez para Camila e ela continuava lá, imóvel, com seu belo vestido preto, maquiada, elegante, enfim, absolutamente linda. Me perguntei o que estava se passando na cabeça dela e por qual motivo Ariana se daria o trabalho de convidá-la para sair, se não pretendia aparecer. Foi aí que Normani pigarreou e já lhe encarei mal humorada.

– O que foi agora? – Perguntei.

– Estamos sendo fortemente paqueradas, loira furacão. – Olhei para o lado e avistei dois adolescentes orientais, bem o tipo CDF, óculos de grau, aparelho dental, roupas sociais, cabelos lambidos e muitas espinhas.

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⏰ Última atualização: Jul 16, 2018 ⏰

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Camila Problema X Lauren SoluçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora