11º Capítulo

64 6 0
                                    

"Harry, eu acho que temos de falar..."

Normalmente estranharia a estadia prolongada da minha irmã em minha casa, mas não a quero expulsar assim do nada sabendo que ela apenas quer oferecer apoio.

"Sobre...?" questionei incentivando-a.

"Se pudesse ser, gostava de falar num local menos "público".

"Gemma, estamos em minha casa." respondi irónico por ela achar a minha sala de estar um local público.

"Esse é o problema, prometo que depois te explico tudo, mas vamos até ao parque por favor."

"Está bem então. ROSE?"

Os passos apressados da minha empregada ecoaram na divisão e passados breves segundos a sua silhueta com curvas definidas tapadas pelo seu pequeno uniforme justo e preto apareceu na esquina da escada.

"Posso ajudar Sr. Styles?" ela falou entre os dentes, com o seu normal receio. Incrivelmente, apesar de já trabalhar aqui há pelo menos um ano, continuava com um aparente medo de mim.

Nunca me considerei um mau patrão, nunca lhe faltou dinheiro ou se me pedisse uma folga normalmente daria sem qualquer problema.

"Sim, eu e a Gemma vamos sair, não vamos demorar com certeza mas tome conta do Cody por favor."

"Claro, esteja à vontade. Precisa de mais alguma coisa Sr. Styles?"

"Não obrigado Rose, e já agora, já trabalhas aqui há muito tempo, trata-me por Harry." e então lancei-lhe um dos meus sorrisos encantadores. Costumavam resultar quando eu era mais novo.

"Está bem..." ela sorriu mas tapou a sua cara com o cabelo ao olhar pra baixo.

"Bem, vamos Gemma?" dirigi-me à minha irmã forçando-a a levantar-se do sofá.

"Claro."

Peguei nas minhas chaves e abri a porta deixando a Gemma passar primeiro. Cavalheirismo nunca me faltou. Depois de ter saído ia fechar a porta mas ela fechou-se sozinha com muita força, o que é estranho porque é verão e não há vento nenhum.

"É disto que te quero falar." disse a minha irmã olhando para a porta assustada.

"Disto o quê?"

"Anda mas é."

"A senhora manda." suspirei e seguia até ao outro lado da rua, o parque era apenas a dois quarteirões abaixo por isso fomos a pé.

No caminho ninguém falou mas eu sabia que ela estava a organizar as ideias para depois me contar seja o que for que esteja relacionado com a porta que se fechou sozinha. Percebi isso porque ela remexia os dedos e os anéis, esfrengando-os e envolvendo-os com as mãos.

Quando finalmente chegámos ao parque procurei um banco livre mas estavam todos ocupados com idosos a ler o jornal ou a atirar pão aos pássaros.

À esquerda avistei o parque infantil cheio com crianças a escorregar, baloiçar ou saltar. À direita estava o lago cercado com uma vedação baixa de ferro pintado de preto. E no centro encontrava-se uma espécie de corredor tapado pelos ramos das árvores possibilitando haver alguma sombra.

"Por aqui!" ela comandou puxando pelo braço pelo tal corredor.

Andámos durante um minuto em silêncio até que eu quebrei a tenção no ar.

"Então...?"

"Harry, eu sei que tens passado muito tempo no teu quarto a ler o diário da Alexandra ou a tentar contactar os familiares dela, e por isso tens estado um pouco aéreo aos acontecimentos estranhos que se têm passado na tua casa."

"Que queres dizer?"

"Bem, tudo começou com o Cody a ter aqueles ataques durante a noite, mas agora passam-se coisas que nem o melhor dos psiquiatras podem explicar. Eu própria já assisti a muita coisa."

"Tais como?"

"A porta que se fecha sozinha, num segundo os armários da cozinha estão fechados e no outro todos abertos, a televisão que se liga sozinha normalmente em canais que só uma pessoa via nesta casa..."

"Quem?"

"A Alexandra. Harry não quero soar louca mas eu acho que a Alexandra não deixou a tua casa ainda, e no outro dia eu... eu via, não completamente, mas estava a passar no corredor que dá acesso à sala e passei pelo espelho que há lá. Pelo canto do olho eu via, estava de branco mas com uma mancha de sangue no peito e o cabelo dela estava bagunçado. Quando me virei não estava lá nada mas eu sei o que vi, ela..."

"Eu não quero ouvir mais."

"Harry espera eu juro que não estou a inventar!"

"A sério Gemma? Achas que por eu estar interessado em descobrir mais sobre a Alexandra vou acreditar em tudo. Estás a tentar dizer-me que a Alexandra é um fantasma que anda a assombrar a minha casa e a minha família? Já te tentaste ouvir?"

"Eu sei que parece loucura mas não podes negar os sinais!"

"Sinais? Estás a falar dessas tuas alucinações? Gemma desculpa, eu gosto muito de ti mas não posso permitir que continues com essas parvoíces. Vais voltar para a tua casa, estares cá tanto tempo não te está a fazer nada bem"

"Estás a expulsar-me?"

"Estou a tentar ajudar-te..."

"Depois não te queixes que não te avisei."

"Onde vais?" questionei assim que ela se virou para trás e começou a andar por onde tinhamos vindo.

"Fazer as malas." respondo já de costas para mim.

Encostei a cabeça para trás e suspirei profundamente, em seguida sentei-me na relva à espera que algo de bom simplesmente caísse do céu, e então o meu telemóvel tocou...

"Estou?" O número era desconhecido e não era inglês de certeza tendo em conta a quantidade de números.

"Boa tarde, daqui fala a Marta, eu sei que tem tentado contactar a minha mãe mas ela não lhe tem facilitado muito a vida, de qualquer forma, eu estou-lhe a ligar mesmo contra a vontade dela porque suponho que o possa ajudar em troca de algo."

"Hmmm certo, deves ser a irmã da Alexandra, eu na verdade não queria obter nada, apenas queria saber algumas coisas a respeito da Alexandra assim como saber se vocês precisam de alguma coisa, como dinheiro, mas também, gostava de saber se estavam interessadas em conhecer o Cody."

"Estás a falar do meu sobrinho?"

"Sim, eu tenho a certeza que ele ia adorar conhecer a outra avó e a tia."

"Isso é muito simpático da tua parte, mas duvido que a minha mãe alinhasse nisso, e nós não temos como ir até aí."

"Eu podia levá-lo até vós... se quiseres claro, mas o que era aquela coisa que tanto querias em troca?"

"Ah isso... deixa estar, em breve saberás, a minha mãe está a chegar por isso, amanhã vou tentar ligar de novo... e Harry?"

"Sim?"

"És muito mais simpático do que eu estava à espera" ela riu,

"Obrigada, acho eu."

"Adeus Harry."

"Xau Marta."

Mais um passo à frente de cumprir o meu objetivo, e não quero saber da resposta da mãe dela, não vou desistir de cumprir o meu plano...

___________________________________________________

HEY OBVIAMENTE QUE JÁ NAO ESCREVIA HÁ MUITO MAS A EXPLICAÇÃO RESUME-SE AO FACTO DE EU TER ANDADO SEM MUITO TEMPO, POR ISSO... KKK NÃO ME MATEM TA BOM?

OBRIGADA A QUEM VOTA NA MINHA HISTÓRIA É MUITO IMPORTANTE E ESPERO QUE COTINUEM A LER E GOSTAR TANTO QUANTO EU GOSTO DA ESCREVER.

BJSSSS XX.

Dear Diary...Onde histórias criam vida. Descubra agora