"Eu... eu vi." ela tentava falar mas continuava a gaguejar e a soluçar de tanto chorar. O cenário continuava igual ao de quando cheguei, mas agora juntei-me à Rose na cama abraçando-a e sussurrando para que ela se acalmasse.
Agora só rezo para que o Cody não acorde e nos encontre nesta situação. Minutos depois de ter chegado ao quarto ela finalmente parou de chorar no meu peito.
"Então? Já me consegues dizer o que se passou?" disse-lhe agarrando-a nos braços um pouco abaixo dos ombros.
Ela acentiu com a cabeça e começou a explicar.
#Flashback on
Ele saiu do quarto e eu encostei a cabeça para trás e fechei momentaneamente os olhos, apesar de me ter assustado com o tal barulho, isso estava bem atrás no meu pensamento.
Não imaginava que isto fosse acontecer, eu sei bem o quanto o desejava mas não achava que era uma impossibilidade. Mesmo que ele estivesse solteiro, achava que nunca olharia para a empregada.
Por um lado sinto-me culpada por ter deixado isto acontecer tão facilmente, sem pensar nas consequências.
O Harry está a demorar bastante... espero que não fosse nada de grave.
Olhei em volta e vi peças de roupa por todo o quarto, no chão, no cadeirão e até penduradas no espelho. Levantei-me, deixei-me levar pelo meu instinto de empregada e peguei na minha roupa interior vestindo-a logo em seguida.
Apanhei também as roupas que estavam no chão, dobrando-as e pousando-as em cima da cama. Quando cheguei ao espelho retirei a camisola branca do Harry de cima dele, revelando um pedaço de espelho que estava tapado.
Quando me olhei ao espelho vi-me com grandes hematomas na cara e sangue a escorrer-me pelo nariz. O pior ainda foi ver a grande mancha de sangue que tinha na barriga. Fiquei aterrorizada e por isso deixei cair a camisola, mas quando toquei nas feridas percebi que não eram reais.
Recoei vários passos até cair por cima da cama desajeitadamente.
O espelho começou a rachar numa ponta aproximando-se do meu reflexo cada vez mais, até me cortar o pescoço. Uma dor invadiu-me a garganta e por uns segundos não consegui respirar. Agarrei-me ao meu próprio pescoço desesperadamente tentando respirar até que ouvi um estrondo e finalmente me libertei da dor.
Quando olhei de volta ao espelho este estava despedaçado no chão.
#Flashback off
"Isso é tudo muito estranho..." falei por fim.
"Por favor acredita em mim, ou então olha as marcas no meu pescoço! Eu juro que isto aconteceu, acredita..." ela suplicou, e afastou o cabelo para me mostrar o seu pescoço magoado.
Por um lado a história dela não faz sentido mas por outro... aquilo da televisão também foi estranho, e tudo o que a Gemma me disse pode ter sido verdade também. Decidi não fugir mais ao problema e consultar um profissional.
2 dias mais tarde ***
Não houveram mais acontecimentos estranhos na casa mas informei a Rose que ia tratar de arranjar alguém que percebesse do assunto para resolver o problema.
Quando lhe disse que me ia ausentar com o Cody durante uns dias ela entrou em pânico... Mas eu disse-lhe que se ela preferisse podia ficar em casa da mãe ou duma amiga, para evitar ficar aqui sozinha com seja o que for que ande a arranjar estas confusões.
Ela agradeceu o gesto e ah! Ao menos aconteceu algo de bom: a Rose já me trata sempre por tu/Harry. Finalmente!
Bem estou agora a acabar de fechar a minha mala, visto que a Rose acabou a do Cody há menos de dez minutos. O nosso voo é daqui a duas horas por isso já estamos um pouco atrasados para o check in.
"Cody, estás pronto?" chamei por ele enquanto descia as escadas com a mala na mão.
"Sim Papá, vou já" ele respondeu do quarto.
"Rose? Também já vais?" questionei quando a vi com uma mala na mão.
"Sim, aproveito e saio já com vocês." ela disse um pouco apressada. Ela não queria mesmo ficar sozinha nesta casa.
"Okay, deixa-me ajudar-te com isso." falei referindo-me à mala dela, pegando em seguida nesta apercebendo-me do quão pesada era. "Wow, levas os tijolos contigo?"
"Hahaha Harry, já devias saber que as mulheres gostam de levar tudo o que precisam e mais uns extras."
Ri-me dela ela abanando a cabeça dum lado para o outro.
"Vamos papá, o avião não espera por nós!" o Cody gritou passando a correr por nós e quase derrubando uma jarra.
"Cody Styles, és capaz de ter cuidado?" falei impondo-me.
"Desculpa pai..." ele falou baixando a cabeça e entrando no carro.
"Dá-lhe um desconto, ele está a passar um mau bocado e finalmente tem algo que o entusiasma." a Rose sussurrou-me e esfregou-me o ombro para me acalmar.
"Tens razão... Bem a mala já esta no carro, precisas de mais alguma coisa?" olhei para ela e ela estava com um sorriso difícil de decifrar.
"Só uma recordação para os próximos 7 dias sem ti..." ela respondeu perdendo toda a sua timidez.
Sorri e olhei para trás para ver onde estava o Cody. Como vi que estava entretido com os bonecos dentro do carro, estendi a mão para ela. A Rose entrelaçou a sua mão na minha e acabou com a distância entre nós.
Eu estava encostado ao carro dela e ela à minha frente de bicos de pés, colocou então as mãos à volta do meu pescoço e eu uni as minhas atrás dela pousando-as na sua cintura.
Baixei a minha cara quando me apercebi que nem de biquinhos de pés ela conseguia chegar até mim, e beijei-a finalmente.
Os seus lábios continuavam a saber a morango e estavam frescos devido ao vento que se fazia cá fora. Uma das coisas que adoro são lábios frios, o contraste com os meus que estao normalmente quentes é divinal.
Parámos o beijo quando ouvimos a buzina do meu carro a tocar. O Cody estava mesmo impaciente! Rímo-nos e largámo-nos dizendo adeus um ao outro.
Entrei no carro e arranquei imediatamente não perdendo mais tempo.
#Alexandra POV on
NÃO! Eles não podem ir embora! NÃO! Sem eles este lugar não é nada e voltarei a perder todas as minhas forças. E não posso segui-los porque isso implicaria andar naquele horrível corredor outra vez.
O que é que eu vou fazer agora? Estou completamente sozinha e não me consigo livrar deste terrível aspeto de quando morri.
Eu quero parecer como o meu pai quando veio daquela luz, perfeita e encantadora. Mas mais importante que isso: quero ser feliz!
Se ao menos alguém me dissesse o que fazer... ou pelo menos tivesse alguém com quem falar.
O máximo que eu conseguia ir era até ao meu quintal, e o que eu precisava agora era de ar puro. Por isso atravessei a porta sem a abrir e sentei-me num baloiço que existe no meu alpendre. Comecei a andar e a aproveitar o vento que ia contra o meu "corpo", apesar de a sensação não me confortar completamente.
Nisto ouvi um estrondo vindo do outro lado da rua, abri os olhos e fui imediatamente até ao portão ver o que se passava.
Um acidente de carro.
____________________________________________
HEY MENINAS ESPERO QUE GOSTEM DESTE CAPÍTULO, A XANA FINALMENTE APARECEU E NÃO PARECE CONTENTE.
OBRIGADA A TODAS POR LEREM E VOTEM POR FAVOR :3 BJSSSS