Espero que gostem :)
" Venha se juntar ao crime... "
( Come join the murder )
Nataniel...
Nessa vida uma das coisas que mais aprendi é que é mais fácil odiar do que amar. Porque o amor seja paterno, materno, de amigos ou conhecidos pode te fazer quebrar. E porque eu sei que é melhor cultivar o ódio? O ódio não te surpreende em nada, sentir raiva parece até um pequeno sentimento, guardar mágoa é bom porque depois descontamos em algo ou em alguma coisa. E quando tudo sai é o melhor sentimento, não o da sua vida, mas daquele momento. Hoje eu sei que o ódio pode nos sustentar a viver.
— Isso vai te destruir Nate! — Tia Lúcia sussurra, tirando a garrafa de vodca da minha mão. Não a respondo, porque a respeito muito e até tenho ela com a consideração de uma mãe.
— Eu já sou um fodido e destruído tia.
— Não — Com carinho ela me olha com amor. — Você nunca foi Nate, mas escolheu esse caminho. Não era a sua vida, mas já que hoje é, você não precisa ser assim. Até mesmo para você é baixo demais chegar ao ponto de tirar um filho da mãe.
Coloco a mão no bolso da calça, sentindo seu olhar de dor, de mãe. Mas eu não posso, e talvez nem queira voltar atrás da promessa de transformar a vida de Melanie em um inferno.
Pego um cigarro e acendo, sabendo que um dia teve uma escolha para mim, mas é tão mais fácil quando você está sentindo dor, do que é mais fácil se apegar a essa vida, do que olhar para trás. Por isso, eu hoje me curvo sobre o peso de todas as coisas medonhas e horríveis que fiz, que dá vontade de vomitar, sem sentir nenhum remorso. Porque a vida é assim, um dia ela te entrega presentes e em outros te tiram tudo.
A vida, faz você sonhar, acreditar para no momento seguinte tudo ser perdido. Porque talvez um dia achou que poderia ser um bom homem, porque um dia você acreditou em fazer a diferença. Mas, é assim que a vida te pega e te leva as curvas da estrada mais escura.
— Quem é o pai daquele fedelho tia? — Pergunto, tragando o meu cigarro. Antecipando o que preciso fazer para terminar de quebrar Melanie, com os olhos daquele chorão que me distraiu ao ponto de eu levar um soco de Enzo.
Ela me encara e bebe da minha garrafa, tossindo um pouco. E me encarando séria ela aponta.
— Ele é totalmente filho da Melanie — Abrindo agora um sorriso, tipo encantado por aquela vadia e eu como um total babaca.
Me ajeito na cadeira tonto
— Não, aquele chorão a partir de hoje é o meu filho.
Lúcia se aproxima rindo e deixa a garrafa de bebida na minha frente.
— É, ele é seu a partir de hoje se você quiser. Mas, você vai se destruir no processo — Ajeitando a bolsa ela se vira para ir embora — Não quer me perguntar o porquê? Meu sobrinho?