[...]
O dia demorou pra amanhecer, às meninas se recuperaram do susto, e ambas cuidaram da menina, deram banho, trocaram e fizeram curativos em seus machucados, todas estavam preocupadas com ela, ainda mais pelo estado que ela apareceu.
Como ela está? - Lauren se aproxima da esposa e sorri gentilmente.
Esta bem meninas, os batimentos dela normalizaram, ela ganhou cor e agora só precisamos esperar ela acordar - Normani entrou na cozinha olhando as três mulheres da sua vida - Ela vai ficar bem meus amores.
Que bom morena, ela me pareceu tão frágil - Ally se aproximou e beijou os lábios da esposa.
É ela é pequena, acho que ela ainda é apenas uma criança - Normani beijou a testa da loira e se aproximou das outras duas e beijou elas também, recebendo um sorriso em troca.
Então é só esperar? - Dinah serve o café e todas se sentam a mesa.
Sim Che, e a única coisa que podemos fazer por ela agora - Todas começaram a se servir.
E depois quando ela acordar, o que faremos? Nossos telefones foram cortados com a tempestade de ontem a noite, e aposto que só vão arrumar quando isso acabar - Lauren questiona as três enquanto se serve de café.
Não faço a menor ideia - Afirma a morena.
Não podemos simplesmente jogar ela na rua - Afirma Dinah.
E não vamos, podemos cuidar dela até às estradas serem liberadas e depois veremos o que vamos fazer, ela precisa de ajuda e e isso que vamos dar a ela - Ally falou e todas as três encararam a mesma. - Ue, o que foi? - Ela deu um leve sorriso e se levantou carregando seu prato pra pia e lavando o mesmo.
E que, desde que a nossa menina sumiu, você ... - Lauren olhou às outras em busca de apoio.
Desde que nossa filha desapareceu você não quis mais ninguém Ally, e sabemos que é complicado e a última coisa que queremos e te forçar a algo - Normani fala recebendo o agradecimento das outras duas.
Ela é uma criança que foi maltratada, abusada e deixada pra morrer, eu jamais viraria as costas pra isso, ela pode não ser a nossa filha, mas ainda sim é filha de alguém e ... e eu não posso deixar ela na rua só porque ... porque - A loira se apoiou sobre a pia e as três se levantaram, abraçando a mesma por trás.
A culpa não é sua meu amor - Lauren secou às lágrimas da esposa e beijou sua testa.
Sabemos que você não teve culpa nenhuma, foi apenas uma fatalidade, poderia ter sido com qualquer uma de nós - Dinah tenta tranquilizar a esposa.
É um dia eu sei que nossa menina vai voltar pra nós, eu sei disso - Normani sorriu e as três se olharam, beijando a loira ao mesmo tempo.
Vocês são as melhores esposas do mundo sabia? - Ally diz sorrindo - Ela pode ficar, vamos cuidar dela e depois vemos o que fazemos com ela - Afirma sorrindo dando um selinho em cada uma.
[...]
Ally se levantou e caminhou até o quarto da filha, alisou o berço cor de rosa, a poltrona de amamentação, os ursinhos dela e seu primeiro bichinho, um coelhinho, sorriu ao olhar o porta retrato com a foto das três beijando a barriga dela -- Um dia eu vou te encontrar pequena, eu sei que um dia eu vou te achar - Algumas lágrimas desciam pelo rosto da loira, fazendo ela se sentar sobre a poltrona e abraçar o coelhinho fortemente.
Flashback On
Los Angeles, 13 anos atrás
Normani, Lauren e Dinah estavam trabalhando, Ally estava em casa, sua gravidez era de risco e precisava ficar em repouso, às três só saíram de casa depois de ouvir da loira inúmeras vezes que ela não iria fazer esforço.
Quando a chuva começou, a loira ouviu miados de gato próximo de casa, se levantou e foi tentar pegar o bichano, mas com a chuva forte e o chão escorregadio, a loira acabou caindo e batendo forte a barriga.
Sangrando, machucada e sozinha, Ally acabou entrando em trabalho de parto, chorando e sem saber o que fazer, ela acabou perdendo a consciência logo depois do nascimento da menina.
Quando as mulheres chegaram em casa, a energia havia sido cortada, Ally estava inconsciente no chão e a sua filha havia sido roubada, nunca encontraram a menina e nem quem a levou.
FlashBack Off.
Eu deveria ter te protegido, se eu tivesse escutado suas mães, você estaria aqui conosco, a culpa e minha - Afirma secando as próprias lágrimas e se assustando com a figura que apareceu na porta.
Aí meu deus - Ally levou a mão até o peito e se levantou - Você está bem? - Camila estava parada olhando a loira com o olhar perdido, conforme a loira ia ao seu encontro, a latina dava alguns passos pra trás - Eu não vou te machucar, eu prometo. - Afirma.
Normani e as meninas escutaram vozes no andar de cima e resolveram subir, encontrando com Ally parada na porta tentando acalmar a menina que estava gritando e encolhida no chão.
O que houve? - Normani se aproximou da esposa e tentou entender a situação.
Ela apareceu no quarto e quando eu tentei me aproximar ela se assustou e agora está assim - Camila balbuciava algumas coisas que as mulheres não entendiam, e se batia, até que Normani se ajoelhou na sua frente e segurou seus punhos, fazendo ela olhar nos seus olhos, mas a mesma sempre desviava, tentando se soltar e se balançar.
Esta tudo bem, não vamos machucar você - Camila olhava pra todas e era nítido o medo em seus olhos - Eu vou te soltar, mas tem que me prometer que não irá mais se machucar, tudo bem? - Normani soltou e Camila colocou as mãos nas orelhas em forma de concha e passou a se balançar.
Mila e boba, Mila boba - Ally se ajoelhou na frente da menina e levantou o rosto da mesma.
Acho que eu sei o que ela tem - Ally afirmou e as mulheres olharam pra ela - Agressividade, não olhar nos olhos, e esse jeitinho de falar - As três olhavam pra ela com um olhar de interrogacao - Eu sou casada com três médicas e nenhuma conhece os sintomas? - Pergunta indignada.
Não? - Lauren sorri e as outras acompanham.
Acho que ela é Autista - Fala calma e as três soltam um " Ah " - Espera aí - Ally entrou no quarto da filha e mexeu em algumas gavetas, e voltou com um ursinho em mão, se ajoelhado na frente da menina e colocando o ursinho a sua frente. - Oi, tudo bem? - Camila parou de se balançar e passou a prestar atenção no ursinho.
Qual é seu nome? - Camila olhava pro ursinho e soltou um pequeno sorriso.
Mi-Mila - Fala baixinho e as meninas sorriem.
É a Mila está com fome? - A pequena balançou a cabeça e Ally soltou um sorriso junto das meninas. - Então o que você achá de ir comer alguma coisa? Aquelas meninas ali são boazinhas, e elas não vão machucar você - Camila olhou pras todas e encarou o ursinho novamente.
Pomexi não matuca neném? - O ursinho balançou a cabeça e Camila sorriu - Então Mila tome.
Ally se levantou e entregou o ursinho pras três mulheres que a encaravam de boa aberta - Que foi? - Ela sorriu e beijou às três - Vou preparar algo pra ela comer, usem o urso pra convencer ela a tomar um banho.
As três se olharam e se aproximaram dela, iniciando ali um passo enorme pra conquistar o coração da garotinha, Ally que a 13 anos havia se trancado na própria dor e jurado nunca mais se apegar a nenhuma criança, deixou a dor de lado por alguns minutos pra logo voltar a se trancar em seu próprio mundo.
O que ela não imaginava, era que seria quase impossível resistir a pequena visitante.
Camila precisava de uma salvadora.
Allysson de uma salvação.
Quem salva quem?
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Poliamor.
RomancePode quatro pessoas de características e jeitos diferentes dividir a mesma casa? E a mesma cama? Normani, Ally, Dinah e Lauren são quatro mulheres que dividem não apenas a mesma casa, mas as mesma mulheres, isso mesmo, às quatro além de serem lésbi...