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w e n d y d a r l i n g

- entra aí. - eu disse, abrindo a janela do meu quarto.

- quarto legal. - ele disse, se sentando no carpete.

- mas você já veio aqui antes. - eu disse.

- não tive tempo de admirar seu quarto porque você estava gritando comigo. - ele riu.

naná, minha cachorra, se sentou ao seu lado e peter fez um carinho em seu queixo.

- acho que ela gosta de mim. - ele sorriu.

- pobre naná. - brinquei.

- hey, eu sou uma pessoa muito legal! - ele riu.

- peter, você sabe quase tudo sobre mim, certo? - ele assentiu. - me conte sobre você. Não que eu queira saber, mas sabe, vai que você é um assassino de aluguel que só tá esperando a hora certa pra me meter a bala.

- okay. - ele riu alto. - eu moro com meus pais adotivos na casa ao lado e eu era uma criança que gostava de brincar.

- nossa, agora eu posso fazer uma biografia sobre você. - revirei os olhos. - diga mais! você não tinha amigos antes de se mudar?

- amigos? - ele perguntou, cabisbaixo. - eu tinha uma amiga...

- ah, a contadora de histórias? - perguntei sem ânimo.

- não, isso é outra história... - ele disse. - minha amiga está no meu lar antigo, não deve se lembrar mais de mim.

- entendo. - suspirei.

após alguns minutos em silêncio, resolvi jogar uma piada.

- titanic. - eu disse.

- que?

- é o que eu uso pra quebrar o gelo. - eu ri de mim mesma.

- que piada horrível, wendy. - ele riu, olhando para mim.

- obrigada. - eu disse, jogando um moranguete nele. - era pra você ter pensado rápido.

- eu estava distraído. - ele revirou os olhos.

- distraído olhando pra mim?

neverlandOnde histórias criam vida. Descubra agora