C A P Í T U L O I

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A Srta. Foster trabalhava há muitos anos para os Abbey.

Ela havia assumido o papel de governanta das filhas do Marquês de Mansfield assim que pisou em Londres. Jane tinha em seu currículo duas excelentes referências. Antes de trabalhar para os Abbey Jane já fora acompanhante de uma Lady em Dorset e também governanta das filhas de um baronete, em Lincolnshire. Tudo isso com apenas dezoito anos de idade.

Sua principal função era zelar pela educação das filhas do marquês. Katherine, Florence, Odelia e Beverly. Quando ela iniciou seu trabalho, cerca de seis anos atrás, Katherine — a mais velha das garotas — já tinha treze anos. As mais novas ainda estavam com seis, cinco e quatro anos, respectivamente, e nem haviam sido alfabetizadas ainda. Tudo o que aquelas garotas tiveram durante a maior parte da vida foram os ardorosos abraços da Srta. Foster e todas elas seriam eternamente gratas por isso.

O fato é que entre Katherine e Jane criou-se um laço diferente do que a governanta tinha com as outras garotas. Há muitos anos Katherine não conseguia mais ver Jane como sua governanta, não apenas por já ser uma moça debutada na sociedade, mas sim porque o que entre elas havia uma doce e sincera amizade. A Srta. Foster nunca se esquecera de seu lugar naquela casa, mas também nunca deixou de servir como um ombro amigo sempre que Katherine clamava por ajuda — o que acontecia com frequência. As duas eram acima de tudo amigas. E Katherine jurou para si mesma que nunca se esqueceria disso.

Enquanto elas se dirigiam a propriedade em Haverstone, onde aconteceria a festa pós-casamento, Katherine não pôde deixar de pensar em Jane e como ela deveria agradecê-la posteriormente por acoberta-la em sua desculpa para não dançar. Era óbvio que ela sabia. Provavelmente até Beverly sabia. Mas Lady Katherine não se importava, a única que não poderia saber era sua mãe. Então conforme o plano ela chegaria à festa, subiria até seu quarto em Haverstone e tentaria dormir o suficiente para convencer sua mãe de que sua situação não era banal.

Ela teria que fazer isso rápido. Havia visitado a casa de campo uma única vez já que ela foi herdada há pouco tempo. Pelo o que lembrava o seu quarto era no segundo andar, ala oeste, com papel de parede rosa e lavanda. Katherine poderia subir pelas laterais com Jane quando sua mãe ir ao encontro da nova nora.

— Estou ansiosa para ver Kate dançar. — Beverly, a mais nova, pulava em seu assento na carruagem. Parecia que ela sempre sabia o que não falar. 

A Srta. Foster pousou suavemente sua mão sobre suas pernas e um olhar de repreensão foi o suficiente para que ela parasse quieta mais ou menos pelos trinta segundos que viriam a seguir.

— Não vou dançar, Beverly. —Katherine tentou fingir estar sucumbindo — Minha dor de cabeça voltou. Creio que eu deva dormir um pouco.

— Você tem muitas dores de cabeça, Kate. — Odelia, a do meio, retrucou — Você deveria procurar um médico. O tio de Diana Scrowless morreu disso.

UMA PERFEITA DESVENTURA [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora