E P Í L O G O

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Dorset, 1836

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Dorset, 1836.

Katherine não compreendia. Não, não. Ela não conseguia compreender como aquilo era possível. Ela fitou Lady Sarah por bons segundos, completamente transtornada com a imagem a sua frente. Olhou para o marido, mas Lord Crentown não parecia tão chocado quanto ela, pelo contrário, ele estava feliz, admirando-a.

— Não faz sentido... — Lady Crentown pestanejou — Ela é minha filha.

Thomas estreitou os olhos.

— Isso significa que ela não possa saber dançar?

— Ela não deveria. Além do mais ela não está simplesmente dançando. Ela está sendo incrível.

Lord Crentown riu baixinho. Era verdade. Lady Sarah definitivamente não era uma garota muito inclinada para qualquer convenção social. Ela havia passado grande parte da infância brincando com os meninos da família — os primos Edgar, Edmund e o irmão menor, Jules — e se dava muito bem em tudo que não tivesse como requisito um vestido, bons modos e polidez. Seus cabelos claros estavam constantemente desgrenhados e as pernas machucadas. Ela debutaria em dois anos e Katherine considerou que já seria bom introduzi-la a conceitos básicos da dança. A mãe só não esperava que ela fosse tão bem assim.

— Já sei... — Katherine continuou, espantada — A parteira a trocou por outra criança no nascimento.

— Impossível. Se ela não fosse sua filha não teria como ser tão teimosa.

Lady Lilian Abbey cansou-se. Ela não era uma péssima dançarina, tinha aptidões comuns, mas o irmão Edgar não estava contribuindo muito para a boa fluidez da dança. Ele trocava as direções, pisava em seu pé e de vez em quando tentava passar-lhe o pé para que ela caísse. Lilian não tinha a mínima paciência para isso. Soltou-se do irmão, deu um peteleco em sua testa e caminhou em direção as cadeiras no canto do salão completamente vazio.

Lady Sarah fez o mesmo. Katherine pigarreou.

— Se Lilian não vai dançar, eu também não vou. — Respondeu. — Acho que vou dar uma volta com meu cão. Onde está Billy?

— Eba, passeio na floresta. — Edgar Abbey animou-se.

Edmund também. Ele deixou a pista de dança com tanta facilidade quanto os irmãos e a prima. Lilian era a única que não parecia demasiadamente animada para um passeio no bosque, mas como não tinha muita escolha, caminhou em direção ao pequeno grupo enquanto prendia os cabelos negros. Era isso ou ela teria que ficar no jardim com os irmãos e os primos menores. E ela não queria lidar com Marceline — ou Penelope, Helena, Roselyn, Maxon, Oliver ou qualquer um que aparecesse.

— Não, não, não! — Katherine conseguiu impedi-los antes que chegassem à porta.

Ela recebeu quatro olhares de reprovação vindos de adolescentes entre quatorze e quinze anos. Sarah chegou a revirar os olhos.

UMA PERFEITA DESVENTURA [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora