Katherine precisava se casar e ela tinha um pretendente perfeito: o irresistível Neval Rodger.
Lady Katherine Abbey, a primeira das quatro filhas do marquês de Mansfield, era uma moça de pouco talento e de poucos amigos. Suas únicas amigas que cont...
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— Por que você está feliz?
— Eu não estou feliz.
— É claro que está. Você não para de sorrir desde o café da manhã.
Florence não costumava reclamar da felicidade alheia, mas quando ela começava de fato a atrapalhar seu desempenho artístico, era um problema. Katherine estava sentada em uma poltrona perto da janela, vestindo um belo vestido rosado e com uma xícara de chá sobre o colo. A pose foi escolhida pela artista, a própria Florence, que deveria levar um quadro pintado por ela mesma em sua próxima aula de pintura.
— Não que eu não goste de vê-la feliz, Katherine... — Florence misturou algumas cores com uma paciência invejável. — Porém o propósito de minha pintura é retratar a tristeza. E eu não posso retrata-la triste quando só o seu sorriso toma metade de meu painel.
Katherine estreitou os olhos e tentou se concentrar. Ainda sem trocar a posição das pernas e dos braços, conforme ordenado pela irmã mais nova, ela endureceu a expressão, tentando parecer abatida e sem qualquer vestígio de felicidade. Mas considerando os fatos da última noite aparentar melancolia era quase uma missão quase impossível.
Parecer triste para Katherine quando na verdade seu maior desejo era gritar aos ventos que estava apaixonada era um insulto. Ela finalmente havia tido a oportunidade de beijar o Sr. Rodger e ele havia praticamente confirmado que iria corteja-la. Desde a noite anterior Lady Katherine estava eufórica, inquieta e ansiosa com a possibilidade de vê-lo entrando por sua porta da frente, tirando os chapéus e entregando flores brancas de seu próprio jardim. Sempre que fechava os olhos ele estava em sua frente usando o típico traje londrino, com o nariz reto, olhos penetrantes e lábios inteiramente cobiçáveis. Todas concordavam que ele era irresistível.
E como consequência, sempre que fechava os olhos e o via, era impossível não sorrir.
— Katherine! — Florence ralhou — Pare de sorrir agora ou terei que colar seus lábios.
— Ah, por Deus, Florence! — Kate bufou — Se quer uma modelo melancólica porque não pinta Lady Abbey? Garanto que ela passará horas com a mesma expressão e sem qualquer vestígio de alegria.
A irmã largou os pincéis e cruzou os braços. Lady Florence sem dúvida não era Leonardo da Vinci, mas com o rosto cheio de tinta, vestido coberto por um avental, com o cabelo desgrenhado e usando uma boina — onde ela havia comprado uma boina? — ela até parecia uma profissional no assunto, mesmo que nunca tivesse tentado pintar.
— Veja bem, Kate. Odelia irá pintar Lady Abbey e Beverly a Srta. Foster. Infelizmente você foi a única que me sobrou.