A quarta feira chegou tão rápida quanto um piscar de olhos. Nesse meio tempo conversei com Simon sobre os pesadelos de Camilly, que ficou tão surpreso quanto eu ao saber do que se tratava. Obviamente nenhum de nós dois esperávamos que fosse algo relativo a mim. Talvez isso, esses pesadelos, significassem algo, mas Deus sabe o quanto não quero saber o significado deles se envolvem que minha pessoa caia de prédio meeeeega – com todos esses "e".
Não entendi bem o motivo, porém durante toda a noite de terça me senti meio incomodada, nervosa até. Se conseguisse ser suficientemente sincera comigo mesma admitiria que isso acontecia, na verdade, apenas quando Simon estava em casa, ou perto de mim o suficiente para que me deixasse encabulada. Entretanto não tenho do que reclamar, tudo tem sido ótimo.
Durante o domingo nós apenas brincamos com Lily e assistimos filmes. Depois que ela foi dormir ficamos na sala do segundo andar conversando.
Sr. Surpresa me contou sobre como amou a esposa, como foi criar Lily sem ajuda de alguém, sobre como as coisas estavam indo na empresa, a pressão que sua mãe lhe faz sempre e sobre como é se sentir sozinho quando se está rodeado de pessoas. Eu lhe entendia, sabia o que era se sentir sozinho quando, na verdade, há um oceano de pessoas a sua volta. Mas o fato é que elas não estão ali pelo que você é de fato, estão ali pelo que pode oferecer para elas, depois, quando não há mais que se possa dar, elas somem, assim era a maioria das pessoas. Senti por ele, pelo que passou e pelas coisas que tornaram tudo mais difíceis.
Ficamos lá, no tapete da sala, encarando um ao outro e conversando sobre tudo – desde as coisas mais amenas, como os programas de TV, até as mais importantes, como o relacionamento dele com o pai que, como o meu, já se fora. – Até onde o sono nos permitiu. Fomos dormir apenas quando os primeiros raios de sol tingiram o cômodo de amarelo e laranja.
Mesmo que já fosse tarde, meus pensamentos traiam a mim mesma e voltavam àquelas horas de conversa, parecia tão parte de filme que é difícil acreditar.
Vestida com as roupas que usava geralmente para ir trabalhar na Lakers, chego à fachada da Favorites. Como qualquer revista grande, ela também tem sua sede em um prédio de dar inveja. Fico imaginando quanto empenho é necessário para que alguém crie uma revista de renome, creio que apenas desejar não faça milagres e, até onde eu sabia, na vida de Kate era só ela por ela. Foi bom saber que ela está casada e com filhos, no passado esse sempre foi o maior desejo dela, quando perguntavam lá na agência qual nosso plano futuro ela era a única a levantar a mão sem receio e responder sem medo "Ter algo grande e só meu, deixar minha marca, se não no mundo, ao menos nos Estados Unidos. Ah, e construir uma família, ter filhos e marido e dar a eles todo o carinho do mundo". Parece que de nós duas ela foi a primeira a alcançar seus objetivos, enquanto eu, ainda estou à procura deles.
Interrompi meus pensamentos quando me dei conta de que estava na frente do prédio olhando que nem boba as portas de vidro a minha frente.
Adentrei o local e reparei vagamente que, assim como por fora, era igual aos outros edifícios focados em publicidade exceto, é claro, que a decoração deste era focada no assunto da revista, ou seja, a moda. Não é que por seguir o modelo padrão que o lugar deixe de ser encantador, não mesmo, era lindo. Tudo ali estava em perfeita harmonia, as cores se mesclavam destacavam e funcionavam de uma maneira única. Meus sinceros parabéns para quem projetou a decoração do prédio.
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De repente noiva.
ChickLitQual a pior ilusão: a que você mesmo cria ou aquela que outros criam por ti e você simplesmente permite que ela se torne a "verdade". Mesmo lutando por si mesma todos os dias, Victoria sabia que não estava sendo sincera consigo. Sabia que quando olh...