– Oh, pelo amor! – expirei irritada – O que essa mulher pensa? – Inspirei irritada.
– Aparentemente, que é a dona do universo... – encarei Clare surpresa. Obviamente não esperava que esse Ser humano que sempre exala calma pudesse estar irritada com aquela loira postiça.
– Será que eu deveria interferir? –perguntei desanimada.
– Acho melhor, – respondeu Angel – Menfis está a ponto de ter um ataque! – cobriu a boca para sufocar o riso.
O Sr. Menfis parecia, de fato, a ponto de ter um ataque. Suas bochechas ruborizadas e o batucar constante dos pés delatavam isso.
– Admira-me que ele ainda não tenha soltado fumaça pelos ouvidos e nariz! – Voltei a encarar Clare, desta vez horrorizada, mas bastou que ela retribuísse o olhar para que nós três caíssemos numa gargalhada chamativa.
O fotógrafo, percebendo, passou aquela raiva obviamente mal contida para nossa direção.
– Oras! – exclamou o moreno – Mas não sabia que estávamos em um circo!
– Oh, claro que estamos – retruco enquanto me aproximo para conversar com Savannah – e a leoa não está querendo cooperar para que o show aconteça!
Se eu deveria falar assim com ela? Obvio que não, mas eu lá vou ter medo de um gatinho? A verdadeira leoa aqui sou eu.
– Savannah, amor, – parei de frente para a loira e juntei as mãos – esse ensaio p r e c i s a – era necessário usar com Savannah a mesma calma que se usa para falar com uma criança de três anos – acontecer, porém, sem a sua colaboração, não vai ter como. Por isso estou te pedindo, muito afavelmente, que colabore.
A resposta da loira foi uma risada irônica.
– Meu amor, presta atenção você. – Se aproximou de mim o suficiente para que pudesse completar a frase com um sussurro – Aqui, você precisa mais de mim do que o contrário.
Foi a minha vez de rir sem humor.
– Está muito enganada mocinha, – também limitei minha voz a um sussurro – se acha que é essencial. – Afastei-me e levei a mão ao cabelo jogando-os com a parte traseira da mão para trás – o que você está fazendo, mocinha, eu já sei até de trás para a frente. – Como última jogada, volto a me aproximar dela e completo com um sussurro – Aliás, todo mundo é substituível. – Pisco um olho e volto ao meu ponto anterior.
O ensaio começou a progredir, mas era mais que obvio o ódio líquido no olhar de Savannah.
Sei bem que minhas atitudes poderiam acarretar numa repreensão depois, no entanto, ela precisava ver que nem tudo era como se desejava, eu sabia bem disso.
– Como conseguiu fazer com que ela colaborasse? – Clare perguntou após alguns minutos.
– Ameaçando. – mesmo que estivesse com os olhos focados apenas no progresso do ensaio fotográfico, percebi quando as duas meninas ao meu lado passaram a me encarar horrorizadas.
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De repente noiva.
Literatura FemininaQual a pior ilusão: a que você mesmo cria ou aquela que outros criam por ti e você simplesmente permite que ela se torne a "verdade". Mesmo lutando por si mesma todos os dias, Victoria sabia que não estava sendo sincera consigo. Sabia que quando olh...