4 - Em Busca de Conhecimentos

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Vejo meu celular, há muito esquecido, jogado em cima da cama arrumada que não faço ideia de quando foi que Marle arrumou

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Vejo meu celular, há muito esquecido, jogado em cima da cama arrumada que não faço ideia de quando foi que Marle arrumou.

No momento que encosto nele sua tela brilha e aparece uma mensagem. Adivinha de quem é?

"Minha cara noiva, me digas que não sofreu nenhum tipo de problema que poderia, ocasionalmente, matá-la enquanto toma seu banho.

Estimo-a muito para que morras no segundo dia de noivado...Ps: A comida já está esfriando e eu estou quase virando uma estátua grega de mármore por esperar tanto.
De seu tão cansado de esperar, Simon Q."

Senhor, ele só pensa em minha morte?
Sério, estou extremamente preocupada. Há muitas outras mensagens e a maioria envolve, de alguma forma, a morte.
Nesse instante eu só quero fugir, porque meu anfitrião está se saindo um belo de um psicopata.
Pai, me ajuda. Se eu não precisasse tanto de um lugar para ficar, e não tivesse pânico de altura, pularia dessa janela agora mesmo.

Será que eu desço? Fico aqui até ele esquecer da minha existência? Aí céus, estou na casa dele, óbvio que Simon não vai simplesmente se esquecer que existo.

Caminhei pelo quarto, nervosa, pensando no que fazer da minha vida. Dei tantas voltas que não me seria estranho se o chão tiver afundado já. Parei de dar voltas e me sentei no puff em frente a cama e comecei a enumerar, em meus dedos, porque deveria fugir daqui.

Fato um: quase tudo de ruim que poderia acontecer comigo, aconteceu. Fato dois: estou na casa de um desconhecido. Fato três: estou me apegando à filha deste desconhecido. Fato quatro: Esse homem é lindo de morrer. Fato cinco: nada de bom pode vir de alguém tão lindo.

E os motivos para ficar?

1) Estou sem casa, 2) sem dinheiro, 3) não tenho como voltar pro Canadá, 4) minha amiga não está em casa...

Se eu continuar enumerando, com certeza não sairei deste quarto hoje. Talvez seja melhor descer, almoçar com uma pessoa que não conheço, desfrutar da maravilhosa comida de Marle, ver se arranco alguma informação que preste de Simon e... Sei lá. Não sei nem o que eu estou fazendo da minha vida mais.

Encaixo meu queixo em minhas mãos apoiadas nos joelhos. Típico ato de alguém perdido. Tá, o.k. Atitude Victoria. Levanta-te! Levantei-me num pulo e, antes que perdesse a coragem e me escondesse debaixo das cobertas.

Passei pelo corredor branco a passos lentos e receosos. Até então, não havia reparado muito no andar de cima. Percebi que existia um banheiro para cada quarto. Havia também uma sala de descanso, uma biblioteca — tão grande quanto a sala de descanso, acho que também serve como escritório. Uma sala de jogos inexplicável. E alguma outra coisa que eu não sei por que não consegui entrar.
Pois é, saí mesmo abrindo portas alheias. Sou curiosa? Ah, muito. Estou me sentindo culpada por fazer o que muita gente consideraria inadequado ou desrespeitoso? Nem um pouquinho. Ué, estou vivendo aqui há dois dias, nada mais adequado que conhecer o lugar.

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