7.1 - Uma estranha

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Era fato: havia ficado louco de vez

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Era fato: havia ficado louco de vez. Todos que soubessem da loucura que fiz poderiam afirmar isso, certamente. Afinal, quem em sã consciência oferece a uma estranha para se passar por sua noiva?

No entanto, Victoria me surpreendeu. Não em um sentido, mas em todos. Ela se dera bem com a minha filha, bem com Marle – o que era um feito e tanto já que minha falecida esposa não o fizera – e ainda era linda, e... tantas outras coisas que não saberia numerar.

Pois é, eu realmente só poderia estar ficando louco.

Enfiei os dedos entre os fios de cabelo, agitando-os e bagunçando os fios. Suspirei perdido enquanto pensava em zilhões de coisas. Recostei a cabeça no encosto da cadeira e fechei os olhos por alguns instantes imaginando tudo que poderia dar errado, ou o que não poderia dar errado.

O toque irritante do meu celular ressoou na sala e arrancou de mim os momentos de concentração que teria.

– Alô? – Atendi. Lamentei no mesmo segundo em que ouvi a resposta por não ter verificado quem era ao pegar o aparelho.

– Finalmente, Simon Quentin. – A voz aguda e alta da minha mãe preencheu meu cérebro como uma sirene – Quanto tempo é necessário para que o filho atenda a própria mãe? – a repreensão sempre presente – E fale atenda direito a sua mãe.

Passei a mão pelo rosto e revirei os olhos. Era por isso que Vick estava lá em casa.

– Bom dia mamãe. – O sarcasmo saiu acompanhado de "mamãe" – Desejas algo em especial?

– Ora não sejas sarcástico, Simon. – Ah, eu tento não ser... Acredite – Mamãe não é o termo mais adequado para você usar. Cria que nem o conhecesse.

– Assim como você não conhece o termo filho? – rebati, porém logo me arrependi. – Deixa para lá. – Suspirei cansado – Aconteceu algo?

– Não, – Karolyn pronunciou de uma forma que havia algo mais, sabia que não seria proveitoso – apenas quero que você vá jantar com Savannah.

– Quem? – Perguntei extasiado – Por favor, eu já lhe pedi para parar de interferir desta forma na minha vida, mãe. – Suspirei. Estava cansado daquela conversa – Eu tenho que trabalhar. Se precisar de algo realmente importante me liga. – Desliguei o celular antes ela pudesse dar uma resposta.

Já estava de saco cheio das intromissões de minha mãe. Aquela mulher não sabia o que era limite, ou se sabia fingia desconhecer.

Comecei a trabalhar de verdade, separei dinheiro para determinadas campanhas, e observei o quadro de vendas daquele mês. As coisas poderiam começar a ficar preocupante em relação a livros físicos. O mundo quase não queria mais saber de ler, as vendas de livros físicos começaram a decair de um tempo para cá e deixar a equipe de cabelos em pé, até mesmo a mim. Então nós da editora decidimos por fazer uma campanha. O foco não era fazer as pessoas comprarem os livros, mas sim lerem.

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