Ira, Tensão e Medo

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Enquanto o persistente Sherlock Holmes, criava raízes no chão daquele beco, dentro do Hotel Alas Rita faz uma descoberta que não estava em seus planos.

– Srta. Valdéz, vim fazer o serviço de quarto. – Um homem já idoso, de cabelos brancos e voz amigável, bate a porta do quarto de Rita.

– Ora, mas... Entre, entre. – Respondeu.

– Bom dia senhora! – Cumprimentou Will, um dos empregados do hotel.

– Buen dia! Mas por que ya estás aqui...?

– Srta, não entendo que quer dizer.- Will falou com um leve sorriso.

– Will, não te recordas? Ontem vieste recolher o lixo ya era de noche.

– Eu Srta? Não, não vim. Estava ocupado demais então resolvi vir hoje logo pela manhã e aqui estou.

– Ah, viejo Will. Será que estás ficando tan viejo así?! – Rita sorriu.

O velho empregado estava agora totalmente confuso.

– Mas do que a Srta está falando exatamente? Me desculpe, mas não entendo nada do que diz. Pode perguntar ao pessoal do andar de cima, eles me viram todo o tempo por lá.

Agora era Rita que não entendia. Seu velho amigo parecia realmente estar falando sério. Foi quando uma ideia repentina lhe passou pela mente.

– Ah! – Exclamou a mulher pondo a mão na boca.

– O que houve Srta? – Will perguntou ainda confuso procurando entender. – Lembrou-se de algo?

– Não, não... – respondeu sacudindo a cabeça – Aquele detetive... Se acha muito esperto mesmo!

– Detetive...?

– Oh, não se importe querido, estoy apenas piensando alto. Achei mismo estranho tanta pressa, tantas preguntas y aquele abrazo... Sí! El abrazo... Su reación (...). Yo deveria ter percebido logo!

– Srta Rita, mas por favor, seja lá o que está pensando ou dizendo, não tenho nada haver com isto!

Rita sorriu da forma que ele falou.

– Claro, claro. Não se preocupe. Ya entendi tudo. – E continuou falando pensativa enquanto Will seguia com seu trabalho. – E ainda me hablando para não desistir... Para irme novamente hablar com él... – Riu abertamente – Muy esperto Holmes. Devo admitir.

Rita se pôs a pensar sobre aquele momento com o Sherlock disfarçado, não acreditava que tinha caído nesse joguinho do Holmes. Ria sozinha relembrando o acontecimento. Sacudia vez ou outra a cabeça a fim de afastar estes pensamentos, mas eles insistiam em continuar rondando sua mente. Mas a final de contas foi bom. Sim, foi. Agora ele viu, finalmente, que ela sempre esteve falando a verdade e que realmente não sabe do paradeiro da caixa, que não é a culpada como estavam dizendo. Ela sabia agora que podia confiar nele em parte, pois ele vira seu sincero relato, mas ainda não poderia ter a certeza se Sherlock a investigava para seu irmão.

Mesmo ainda com esta pequena incerteza, Rita suspirou aliviada e com um pequeno sorriso formando-se em seu rosto, jogou-se em sua cama alisando os longos cabelos. Teria que ir ainda esta tarde, falar com o irmão e tentar mais uma vez colocar tudo às claras; com certeza não seria tão agradável, mas precisava fazer isso. Ele teria que confessar o sumiço da caixa e deixar de incriminá-la de uma vez por todas. Porém nem mesmo isto lhe tiraria a boa sensação que lhe envolvia depois de seus pensamentos em Sherlock.


Baker Street...

– Oh, doutor Watson, mas o que será que aconteceu com o Sr. Holmes? – Sra. Hudson perguntava aflita.

Sherlock Holmes e o Sumiço da Caixa EspanholaOnde histórias criam vida. Descubra agora