A Morte do Magnata

15 3 0
                                    

Mais um capítulo quentinho com muita ação e suspense no Porto Marítimo de Londres! ÓTIMA LEITURA

-----------------------------------------------------------


A escura sala do almoxarifado encontrava-se agora em silêncio. Todos estavam apreensivos, tensos, com a respiração suspensa; e temerosos por ocorrer algo fora do previsto devido à repentina presença da filha do enlouquecido espanhol.

Rita não conseguiu reproduzir som algum durante alguns segundos; apenas encarava cheia de raiva e tristeza o seu genitor. Uma profunda dor lhe apoderava o peito e seu cérebro trabalhava cada vez mais lentamente. Ela tentava processar a imagem que via a sua frente, mas sentia dificuldade em fazer este simples ato.

Todos os policiais a postos em suas posições estratégicas e devidamente armados demonstravam a angústia que sentiam por estarem naquela situação tão delicada; queriam o mais breve possível, findar esta emboscada e prender os culpados. Presenciavam o visível baque de Rita Valdéz: Um baque íntimo na escuridão de seus pensamentos e sentimentos; apenas um passo para um abismo invisível de decepção, rancor, mágoa e lembranças infindáveis de bons e maus momentos com seu pai. Ela sentia-se definhar por dentro e um peso tomou conta de seu corpo, seus sentidos não obedeciam perfeitamente, seus olhos escureciam e então cambaleou alguns passos para perto de Ruán que permaneceu igualmente assustado com sua chegada.

Holmes tentou ampará-la, mas ela desvencilhou-se decidida em seguir em frente. Lestrade sinalizou para que os policiais nada fizessem enquanto Rita estivesse ali.

– Cómo fue capaz?... – Foi o que a mulher conseguiu murmurar agora frente à Ruán – Mi vida tornou-se un infierno... Y Pablo, Pablo morreu por su culpa!... – Rita cuspiu as últimas palavras para o pai que apenas a olhava com o cenho franzido e o porte altivo como se nada houvesse cometido.

A feição do velho espanhol era a mais dura, rude como uma fria rocha, porém, seu queixo tremia demonstrando mesmo que discretamente a tristeza que lhe abatia em ver sua própria filha daquela forma e principalmente em ouvir dela as últimas palavras em relação ao filho. Seus olhos profundos, marcados pela idade encharcaram-se, mesmo sua face estando impassível e carrancuda como de costume.

– COVARDE! – Num urro Rita levantou a mão para atingir o rosto pai, mas foi prontamente impedida por ele que a olhou agora com raiva; sua expressão desafiadora e os cenhos profundos estavam ainda mais marcados.

– Você é fraca Rita. Sempre foi. Como sua mãe era. – A voz de Ruán era lenta e soou grave, sem sentimentos – Este tesouro pertence apenas à mim e farei com ele o que bem quiser, finalmente! Porque você acha que o escondi de todos por todo esse tempo?! Tenho ainda mais comércios e portos marítimos de contrabando espalhados que me dão cada vez mais lucro! Juntarei tudo usufruindo de cada centavo e me tornarei poderoso e ainda mais temido por ser o líder da maior máfia de toda a Espanha!

Os policiais apertaram mais as armas nas mãos e Lestrade esbugalhou seus olhinhos astutos por estar diante do maior magnata da máfia espanhola; já tão citado entre as polícias internacionais, porém sempre anônimo e nunca pego, até então. O pequeno inspetor já conseguia ver o árduo trabalho que teriam pela frente para liquidar com toda essa sujeira.

Watson destravou sua arma enquanto segurava sua espada desembainhada. Sherlock aproximou-se de Rita no intuito de afastá-la dali, afinal, aquele era o último lugar em que ela deveria estar. O detetive mostrava-se atento a todo e qualquer ruído e apalpava vez ou outra, nervosamente, um pequeno dispositivo que acionaria com um mínimo clique: O miniexplosivo que depositou em baixo do birô estava pronto. Pierre, de braços cruzados, observava quieto sua própria situação deplorável: ali encurralado em meio a todos aqueles agentes e ainda mais agora depois de tal declaração. Com certeza também seria pego.

Sherlock Holmes e o Sumiço da Caixa EspanholaOnde histórias criam vida. Descubra agora