Ajuda Mútua

Capítulo Quatro

JAMES AARON COLLINS

Não é como se eu realmente precisasse da ajuda dela, não é? Quer dizer, livros de história e alunos nota dez estavam por toda parte em Prince. Eu tentava ter um bom humor na maior parte das vezes, mas não era obrigado a aguentar nada que eu não quisesse. Certo?

Quando voltei para casa depois de um treino frustrante do campo lamacento pós-chuva, eu realmente pensei em ligar para minha colega de estudos e desistir do compromisso que havíamos firmado na sexta-feira. Não estava com cabeça. Os calouros da equipe chegariam a setembro e isso já me preocupava. O nosso melhor jogador da primeira base iria se formar e isso significava que teríamos que arrumar um substituto fixo.

Isso acontecia todo ano. Todo ano um dos bons se formava e a equipe afundava até finalmente criar harmonia nos treinos. Eu não deveria ser preconceituoso, até porque, um dia fui um calouro chegando á Prince com um time pronto e cheio de desconhecidos esperando para me engolir vivo. Minha sorte foi que o arremessador havia se formado e estavam procurando o substituto fixo. Eu dei a sorte de ser o melhor dos arremessadores que se candidataram à vaga. Principalmente por ser bom, apostaram em James Collins com todo o fervor porque eu ficaria mais tempo e poderia progredir com a equipe.

Eu havia conseguido uma bolsa na Prince pelo beisebol, então ser um dos arremessadores principais da equipe em meu primeiro ano foi melhor do que o esperado.

Mas era frustrante ver todos os bons partindo. Sentia-me como um imortal que carregava o fardo de assistir a morte de seus entes queridos, sabendo que ainda tinha um longo caminho pela frente. O caminho não era mais tão longo. Depois das férias de verão eu seria oficialmente um veterano. Seria minha vez de morrer.

Não queria ser um jogador profissional, beisebol era uma oportunidade de chamar bolsas no colégio e por isso costumava jogar. Joguei bem e deu certo. Depois da formatura na faculdade, não havia mais sentido. Só esperava conseguir um emprego numa editora depois da formatura, manter um teto sobre a cabeça até publicar um livro. Quem sabe não conhecer alguém legal e casar? Até ela perceber que eu era um escritor fracassado e me largar por um jogador de hóquei da NHL. O final da história sempre era narrado por Ethan. E ele sempre era o jogador da NHL que roubava minha esposa.

O sujeito era um dos meus melhores amigos e era apaixonado por hóquei. Estava esperando o draft do próximo ano como uma criança esperava o Natal. Não havia duvidas quanto a isso. Vários times mostravam interesse em desenvolvê-lo e ele quase deixou a faculdade duas vezes por isso. A sorte era que tínhamos Levi em casa e ele alertou Ethan sobre a importância de concluir a graduação, ter um diploma para emergências que o esporte podia trazer. Mesmo sem precisar, Owen serviu a mesma carapuça.

De nós quatro, os únicos que sonhavam com a vida no esporte eram Levi e Ethan. Os dois levavam a coisa bem a sério, enquanto eu e Owen fazíamos o que tínhamos que fazer até a formatura chegar. Ethan já havia tentado convencer Owen, que também jogava hóquei, a se inscrever nos drafts na faculdade. Não que tenha dado certo, já que Owen era tão centrado quanto um trem sobre os trilhos. Ele sabia onde queria chegar desde o inicio e não era o enérgico Ethan que o convenceria a mudar agora.

Eu também tinha um plano. Quer dizer, quase um. Depois que meu visto de estudante vencesse, eu só precisaria de um visto de trabalho até achar alguém pra casar e ter um visto permanente. O plano só era arrumar um bom emprego.

A ideia de morar com meus pais não me agradava e com mais um sobrinho à caminho, a casa ficaria cheia. Assim que o beisebol me trouxe a Prince, eu amei a América. Eles me tiraram das garras de dois sujeitos loucos, que segundo minha certidão, eram meus pais. Morar com minhas irmãs mais velhas e meus sobrinhos por mais um ano pareceu absurdo. Resolvi aceitar a bolsa.