POSTO DO CALL

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O posto do Call estava situado em uma enorme pedra em meio ao oceano. Basicamente o lugar era constituído em uma grande rocha, um cais, e vários lances de escadas que levavam até o bar. A sacada do bar logo acima estava preenchida por mesas, cadeiras e samantros brigando e gritando, algo que passava longe da sanidade. Verdadeiros selvagens.

Campy chega a sacada do bar pelas escadas. Enquanto uns jantam, outros brigam, matam, roubam, cometem crimes ao seu bel prazer. Campy e Helys entram no bar. Dentro do bar, um poeta lê um poema em um palco improvisado, conseguindo a atenção de uma ou duas pessoas por perto. Estava todo sujo de comida, provavelmente das vaias.

Uma mesa passa voando por Campy e acerta um velho que cai no chão, e se engasga com um pedaço de frango. O autor solta altos vivas com vários samantros do outro lado como se estivessem jogando boliche.

Dois grandalhões que tinham acabado de jogar um mancebo da sacada, tentam agarrar um homem de mão de gancho. O homem luta, arranca as veias de um com o gancho e enforca o outro com elas.

Uma moça mija na bebida de um homem enquanto ele dorme.

Acostumados com tais ambientes, Campy pede a Helys para ficar de guarda ali enquanto ele vai ao balcão. Campy senta em um dos bancos em frente ao balcão, o local combinado para o pagamento.

Um barman se aproxima de um barbudo numa mesa cheia de samantros.

- Pois não? - começa o barman.

- Onde estão as tripas de espinossauro que eu pedi? - retruca o barbudo remexendo a comida com uma mão.

- Desculpe Senhor. Irei buscá-las agora mesmo.

- Nem precisa!

O barbudo saca uma arma e dispara na cabeça do barman. Ele abre a barriga do morto, arranca as tripas e se serve no prato congratulando-se com os outros samantros da mesa.

Uma moça de vestido vermelho provocante e um homem ocupam uma mesa com uma vela ao centro, atrás de Campy. 'Um casal' pensa ele. Helys próximo a porta faz um sinal; eles chegaram.

Dois jovens de verde e capa marrom se aproximam do balcão se sentando ao lado de Campy. Um deles faz uma mesura.

- Cortador.

Este usa um tipo muito estranho de chapéu com uma pena vermelha na aba. O outro está sem cobertura, cabelos longos. 'Não são samantros'. Alguém do outro lado do balcão pergunta:

- Alguma bebida samantros?

Os dois pedem, Campy não! 'Regra 88'

"71 - NÃO TOMAR BEBIDAS QUE ENTORPECEM A MENTE"

- O Call está aí? - pergunta Campy ao balconista.

- Não tem ninguém aqui com esse nome!

Campy estranha. Após o balconista sair para buscar as bebidas, o homem de chapéu fala:

- Esse daí morreu faz tempo.

- Como?

- Cerca de um ano. Esse cara aí é o novo dono desde... alguns üoяs atrás...

- Alguns instantes...? - fala o cabeludo pela primeira vez.

- Agora mesmo talvez - termina o de chapéu.

O suposto dono volta e serve as duas bebidas aos dois e se afasta para atender mais clientes.

- ESSA BEBIDA ESTÁ COM GOSTO DE MIJO!

Grita um homem no meio do bar com o queixo ainda molhado. Ele saca uma arma chamada por Campy de 'galo de bica' e atira no dono do bar. Satisfeito, o homem salta o balcão, veste o avental do defunto, vai até Campy e pergunta:

O Retorno do ViajanteOnde histórias criam vida. Descubra agora