Capítulo 1

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Kiara point of view

A manhã em New York estava amena, céu nublado e com riscos de chuva, a cidade em si para. Se atrasar, talvez. Que é o meu caso, por conta do trânsito infernal, mas pelo menos consegui comprar meu café. Estacionei minha BMW na vaga reservada aos funcionários e sai às pressas, bati meu ponto dez minutos atrasada, para meu tormento pessoal.

Meu nome é Kiara Edward, Kira para os mais íntimos, tenho 25 anos, filha de pai Brasileiro e mãe americana, sou formada em medicina e me especializei na área de cirurgia geral, atualmente atuo como cirurgiã geral em uma clínica em New York. Meus fones tocavam alto em meus ouvidos, qualquer dia desses vou ficar surda.

- Já percebeu que o som dos seus fones chega mais rápido que você, Kiara? - Jorge, segurança da clínica. Ele sorria de forma divertida pra mim, já é um funcionario veterano aqui, está aqui faz alguns anos e é um cara legal. Temos uma boa amizade.

- Engraçadinho, velhote. Larga do meu calo, eu em. - Ela ri mais uma vez. - Bom dia pra ti.

- Bom dia, futura surda da sociedade. - Revirei os olhos e entrei pelo acesso dos funcionários.

Assim que entrei fui para o vestiário dos médicos, deixei minhas coisas no meu armário, vesti meu jaleco e passei pela recepção para pegar a fichas dos meus clientes, cumprimento todos de forma educada e vou para minha sala.

- Vamos ao trabalho - Coloco meus fones em sua caixinha e os deixo carregando no bolso do jaleco. Em cinco minutos, o primeiro paciente entra na sala,  uma paciente já bem conhecida por todos na clínica e sempre atendida por mim. - E aqui estamos novamente, Senhora Willians.

Senhora Willians era uma senhora de 65 anos, que sofre com uma doença nos rins, é tratável e o paciente pode viver tranquilamente se cumprir perfeitamente o tratamento, mas idosos são teimosos e essa mini senhora é bastante. Já é a sétima vez que tenho a honra de recebê-la em minha sala esse mês.

- Sra.Willians, eu vou ser bem franca. - Início, vendo que seus exames apontaram alterações nada boas. - Se eu recomendo um tratamento, é para ser seguido, não é para amaldiçoar sua vida ou deixá-la de cama, é justamente para isso não acontecer. É a sétima vez que a senhora vem aqui por estar passando mal, conheço bem as condições financeiras da sua família e são boas o suficiente, a senhora tem todas as medicações a disposição e pode realizar o tratamento sem problemas, mas continua piorando sua própria saúde por uma teimosia besta.

A velha senhora não me respondeu, o que normalmente acontece, sua filha também suspirou pesado. Uma menina jovem e feita, tem seu próprio negócio e uma mente visionária para os negócios, eu mesma utilizo muito de seus produtos para pele, são ótimos.

- Seus exames apresentaram alterações negativas, sua saúde está piorando. Então, é a última vez que irei avisar. Ou a senhora segue o tratamento e toma seus remédios, ou vou mante-la internada. Fui bem clara? - Eu não gostava de ser tão dura com meus pacientes do coração, mas alguns precisam de uns esporros.

- Desculpe filha, vou fazer o que disse - Parece que a ameaça de internação deu certo, pois vi em seus olhos que irá seguir o tratamento. Uma vitória! Receitei novas medicações,  alterações nas doses atuais, dei as devidas explicações e liberei as duas. Finalizado as consultas em sala, fui tratar de novos pacientes que chegaram à clínica hoje.

- Vamos à próxima - Caminhei pelos corredores analisando as fichas dos pacientes, a clínica estava agitada e cheia hoje, não demorou muito para logo me puxarem para uma cirurgia de emergência.

[...]

Saí de uma cirurgia de cinco horas bem exausta, já passou do meu horário de almoço e meu estômago está rocando de tão faminto.  Sai do centro cirúrgico com o objetivo de chegar ao refeitório, mas tive meu caminho bloqueado.

Minha MédicaOnde histórias criam vida. Descubra agora