Capítulo 40

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Kiara point of view

(19:55PM)

A garota foi socorrida para o hospital pediátrico e está passando por exames, já nos primeiros socorros foi possível identificar anemia, desnutrição, infeção e gripe. Os dois amigos estão junto comigo aguardando no quarto, Eric e a menina de cabelos cacheados chamada Katy andavam de um lado para o outro no cômodo, ambos estavam muito ansiosos e nervosos.

- Fiquem calmos, ela ficará bem. - Digo, tentando acalmá-los. - Vocês tem uma casa? Pais ou familiares? - Pergunto, os analisando novamente.

- Somos órfãos. - Diz Eric. Seus olhos estavam desconfiados na minha direção, Katy vivia de cabeça baixa e olhando os mínimos detalhes do quarto. - Não temos pais, somos sozinhos.

- Por que não estão no orfanato? - Pergunto, recebendo silêncio como respsota. - Fugiram?

- Você vai ligar para a polícia?! - Katy praticamente grita, quase perfurando meus tímpanos. Eita, que goela da porra.

- Não, não vou, apesar de ser o certo, mas quero um bom motivo para não fazer. Vocês são adolescentes, não podem ficar a deriva pelas ruas.

- E você acha que isso foi escolha nossa? Fomos abandonados! E não vamos voltar para aquele orfanato caindo aos pedaços onde as pessoas nos odeiam e nos tratam mal. - Eric praticamente rosna na minha direção.

- Certo, certo! Desculpa, não foi minha intenção ofender. Mas vocês não podem ficar na rua, ainda mais com uma amiga doente, o hospital é obrigado a chamar uma assistente social. Não tem muito o que fazer. Ela pode encaminhar vocês para um abrigo melhor.

- Não podemos ficar com você?

- Katy! - Eric a repreendeu, enquanto eu estava surpresa pela coragem da garota.

- Ela nos ajudou. - Diz, como se fosse um argumento simples e fácil de entender. Era, por um lado, mas pelo outro....

- Nem toda ajuda é com boas intenções, menina. - Digo.

- A sua é. - Diz, com tanta convicção que me deixa ainda mais suspeita. Bem, ela tem razão.

- Não podemos deixar a Mary para trás! E se ela acordar e não nos ver? Não podemos ir! - Diz Eric, se exaltando.

- Ei garoto, abaixe o tom. Ela é sua amiga, não um bixo. - Repreendo, não gostando nem um pouco do seu comportamento. Ele abaixou a cabeça envergonhado.

- Desculpa, Katy...

- Tudo bem. - Soltei um suspiro longo e olhei pela janela. Deixar eles na rua não é uma opção.

- Me esperem aqui, por favor. - Digo, saindo do quarto e caminhando até a sala da diretoria.

- Kiara? Soube que estava aqui, estava indo lá para vê-la, mas acabei ficando presa aqui. - Seu sorriso cresceu para o meu lado, Catherine, diretora do hospital pediátrico. Ela é francesa, cabelos castanhos, alta, pele parda, é uma pessoa vaidosa e muito bonita, digamos que... Camila a odeia. O santo não bateu de cara. E olha que eu nem contei sobre as cantadas que já recebi, aquela latina de sangue quente coloca esse hospital de cabeça pra baixo atrás do alvo. Catherine é uma boa profissional, apesar de ser atrevida. - Está precisando de algo?

- Estou sim, pode me acompanhar?

- Para onde quiser! Me dê só um minuto. - Aguardei por poucos minutos, logo estávamos no elevador.

- Preciso que providencie roupas, colchões e comida para uns adolescentes.

- Chegou aos meus ouvidos que socorreu uma adolescente.

Minha MédicaOnde histórias criam vida. Descubra agora