Minha Médica

Capítulo 41

Kiara pont of view

Mary é a mais desconfiada do trio e arisca, principalmente com pessoas do sexo masculino, por isso a equipe que está cuidado dela e dos amigos é composta apenas por mulheres. Eric e Katy também passaram por uma bateria de exames e começaram a ser medicados e estão recebendo vacina.

Foram só duas horas só nessa brincadeira. Eric e Katy não estão piores ou melhores que Mary, estão quase no mesmo patamar. Catherine conseguiu as roupas e percebi que eles ficaram muito felizes por tomar banho um banho quente.

A assistente social chegou às onze horas da manhã e teve uma longa conversa com eles, que tiveram reações muito negativas sobre a ida para um abrigo para menores, ameaçaram até fugir.

- Eles se negam a ir para um abrigo e pelas condições que me informou, a situação de vulnerabilidade deles é algo terrivelmente sério e triste. Nenhum deles tem documento de identificação, fico feliz em saber que isso não complicou o atendimento médico. - Diz a assistente, que se denominou de Marcella. É uma bela mulher trans, algo raro nesse meio e em muitos, infelizmente.

- São crianças, isso jamais vai nos impedir de atendê-las, mas sabemos que isso não pode continuar assim. - Digo, vendo Marcella sorrir de canto.

- Vou iniciar uma visita urgente ao abrigo que me falaram que os tratavam mal, esses adolescentes jamais deveriam estar nesse estado. - Diz, com a expressão fechada. A situação é bem revoltante. - Porém, o mais importante agora é encontrar um lugar para ficarem. Não posso mandá-los para um abrigo a força e piorar a situação.

- Não pode encontrar um lar temporário? É um dos procedimentos, certo? - Pergunta Arizona, recebendo uma confirmação de Marcella.

- Está correta, mas não é fácil encontrar pessoas que queiram abrigar três adolescentes crescidos de quase 18 anos em suas casas. É uma opção que demanda tempo e eles não tem isso. Me fale sobre o tratamento que precisam receber.

- Mary está com broncopneumonia, Katy e Eric estão com vermes, mas todos estão desnutridos, desidratados e com infecções. O tratamento com antibióticos já foi iniciados, deve durar umas duas semanas se feito com tudo certo. - Respondo - Talvez eles sejam liberados antes para fazer o tratamento de casa, caso encontre um lar.

- Eles podem ficar até terminarem o tratamento, vou fazer o que estiver ao meu alcance para encontrar um lar temporário pra eles, vamos torcer. - Assentimos. - Irei comunicar isso a eles.

- Voltará amanhã? - Pergunto, vendo-a assentir. - Eles podem sair do hospital?

- Não é recomendado, Kiara. O indicado é que fiquem dentro das instalações do hospital. - Assenti, a olhando pensantiva. Marcella voltou a entrar mo quarto e fechou a porta de vidro, os três não olhavam para a assistente de maneira amigável, mas conforme as palavras foram saindo suas expressões foram ficando mais suaves e até fizeram perguntas.

Arizona precisou atender outros pacientes, então seguiu pelos corredores com os seus patins. Eu resolvi ficar e esperar por Marcella, precisava conversar com ela, enquanto isso estava mexendo no celular até o mesmo começar tocar com o nome da minha mulher brilhar na minha tela.

- Hola mi amor. Cómo vas en el hospital? - Camila falando inglês é lindo. Camila falando em um perfeito espanhol bem no meu ouvido é minha perdição.

- Inglês, Camila... - Ouço sua risadinha. Ela estava me provocando, essa maldita. Nem parece que arrancou minha alma de madrugada.

- Encerrei meus compromissos, está livre para almoçar? - O fone do celular conseguia captar os sons externos ao redor dela, Camila estava andando até o carro.