Capítulo 14

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Fazem exatamente cinco dias que Bea está sumida. Não temos nem pistas de onde ela está. Apesar de sabermos que Joana e Falcão estão com ela, não temos ideia de onde esteja.

Mia esta sempre que pode com Bryan, infelizmente o bastando do garçom não abre a boca para dizer nada e estamos ficando preocupados. Cada dia que passa é menor a certeza do bem-estar de Bea.

Theo está extremamente abatido e compulsivo ao extremo quanto a minha segurança. Basicamente virei prisioneira dele. Ao invés de mim o proteger ele queria fazer o contrário. Nem com os seguranças ele me deixava sair se ele não estivesse junto. Ele trabalhava de casa, nem na empresa aparecia mais.

- Amiga, - disse no telefone para Mia -peça para Bryan liberar o fulano. Não conseguimos nada de útil mesmo com a captura dele. Vamos mandar um recado por ele. Ele pela Bea, uma troca justa. Peça para Bryan acompanhar o trajeto do homem invadindo as câmeras de segurança da cidade, é arriscado segui-lo fisicamente.

- Tudo bem, também acho o certo a se fazer. A tal Joana havia mesmo dito, um pelo outro e assim espero que ela cumpra a sua parte.

- Ótimo, me mantenha informada por favor, tome cuidado.

- Pode deixar amiga se cuida por aí você também.

Naquele mesmo dia, um pouco mais tarde recebi uma mensagem de Bea dizendo que Byan acabou perdendo o homem de vista perto da saída sul da cidade, uma área rural. Porém Bryan era bem mais esperto do que esperávamos. Ele colocou um micro rastreador na bebida do homem minutos antes de ele sair do cativeiro. Ele havia ficado por perto de onde foi visto pelas câmeras da última vez. E vendo imagens de satélite Bryan descobriu se tratar de uma antiga fazenda de café desativada. Provavelmente Bea estaria por ali.

No jantar Theo estava inconsolável. Acabou aceitando que era blefe ter algum deles em poder de qualquer um dos nossos. Theo mal tocou na comida esses dias e hoje não foi diferente.

O acompanhei até o seu quarto, eu estava me sentindo muito culpada por tudo o que estava acontecendo. A dor de Theo também doía em mim. Eu ficava perto dele o dia todo, estávamos com medo dele fazer alguma besteira e eu fiquei meio que como vigia.

- Fique comigo esta noite Nany.

- Desculpe senhor?

- Apenas não quero ficar sozinho, não vou fazer nenhuma gracinha eu prometo. Já não venho fazendo esses dias, não é? Por favor!

- Tá bom eu fico – disse indo em direção a cama e me deitando ao lado dele. Não consigo deixar de me sentir culpada pelo que está acontecendo com Bea. Ela esta bem acredite em mim. Logo ela estará com você novamente.

- Não deve se sentir culpada, a culpa é minha. Foi eu quem decidiu sair mesmo sobre fortes ameaças. Fui eu quem pediu para os seguranças ficarem do lado de fora da joalheria. A culpa é toda minha.

Ver Theo dizendo essas coisas com lagrimas nos olhos foi como se estivesse me cravando uma faca. Mal sabia ele que a culpa era toda minha. Eu havia começado a porra toda quando capturei aquele infeliz.

Adormecemos um segurando a mão do outro. Ainda era madrugada quando acordei com barulhos vindo de fora da casa. Theo estava apagado, estava a base de calmante pelo menos para conseguir dormir à noite.

Com a pistola em punho desci os degraus da casa encontrando um monte de seguranças em volta do corpo de Bea caído no chão.

- Quem a encontrou? – pergunto ao segurança mais próximo a mim.

- Fui eu senhora – respondeu um dos homens que havia escolhido para trabalhar diretamente comigo – Eu ouvi um carro passar na rua e segundos depois retornar, ouvi o mesmo parando e logo após sair cantando pneu. Cheguei a tempo de ver que se tratava de um sedan cinza. Consegui somente as letras KAZ. Estamos fazendo o possível para rastrear.

- Um médico já foi chamado, ele chegará em minutos. Vamos leva-la para o seu quarto. – A voz de Klaus surgiu atrás de mim me surpreendendo.

Me abaixei perto de Bea e ela tinha sinais claros de tortura. Ela estava viva, mas estava muito fraca. Me senti muito mal ao ver a cena. Bea é uma boa menina não merece ter passado por isso, a culpa me corta neste momento.

- Eu a levo.

- Senhora deixa que eu carrego, a coloco na cama e depois a senhora fica com ela até o médico chegar.

- Você é surdo ou o que? Acha que eu não tenho força o suficiente para carregar alguém como ela? – esbravejei partindo para cima do tal segurança.

- Ei calma – disse Klaus me segurando – deixe que ela a leve Torres, ficaria surpreso em ver o que Nany seria capaz de fazer.

Sem cerimônia, levantei o corpo frágil de Bea e a levei para o seu quarto. Meu coração partia a cada suspiro sôfrego que ela dava enquanto eu a carregava.

Fiquei ao seu lado na cama e os minutos até a chegada do médico pareciam uma eternidade. Ele me permitiu ficar no quarto com eles enquanto a examinava. Segundo ele ela estava cansada e debilitada porem bem dentro do possível, iria precisar de bastante repouso e alimentos leves á principio e bastante agua para sair da desidratação.

Agradeci ao médico e me sentei a poltrona ao lado de sua cama. Me sentia responsável por tudo o que aconteceu a ela e preciso urgentemente me desculpar. Acordo com leves batidas a porta e me surpreendo em ver o segurança que foi conosco no evento entrar, na realidade me surpreendo mais com o olhar que ele lança a ela.

- Nany, logo amanhecerá, Klaus pediu para que eu viesse ficar com ela enquanto você vai para o quarto do senhor Theo. Klaus afirmou que é melhor que você conte e ele. – Assinto e saio em direção ao quarto de Theo.

Assim que entro no quarto vejo Theo falando coisas desconexas e se debatendo. Ele está tendo um pesadelo. Corro para a cama, na tentativa de o acordar.

- Ei Theo acorde por favor, estou aqui com você. – Eu o sacudia levemente e o dava leves tapas na bochecha. Ele já não se debatia mais nem falava nada, porém não abria os olhos.

- Vamos meu amor acorde!

- Do que me chamou? – fiquei surpresa, não com o fato de ele estar acordado, mas sim pelas palavras pronunciadas por mim.



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