Capítulo 2

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(PLAY, A MUSICA É SO PRA DISTRAIR)

Antes
Nova York, 23 de Dezembro de 2005

Hum. DECISÕES. Decisões.

Normani honestamente não tinha certeza sobre qual seria a melhor ferramenta para o trabalho. Afinal, não era todo dia que ela encarava um projeto de tal magnitude. Como estudante de fotografia na Universidade de Nova York, ela normalmente passava mais tempo se preocupando em criar coisas em vez de desmembrá-las.

Uma faca grande? Não, ela podia não conseguir o ângulo certo e acabaria se cortando.

Tesoura? Provavelmente não era forte o suficiente para cortar aquilo.

Lâmina? Ela duvidava que seu depilador Vênus desse conta da tarefa, e não fazia ideia de como conseguir uma daquelas lâminas antiquadas de cortes retos se não fosse roubando de um barbeiro.

Uma motosserra ou um machado?

Provavelmente um exagero que daria em morte. E matar não era o objetivo.

Afinal, ela não queria matar Stefan Martinez. Só queria separá-lo de seu pedaço favorito de sua anatomia traidora. Ou seja: o pedaço que ele utilizaria para traí-la.

Normani nem mesmo percebeu que estivera pensando alto. Não até sua melhor amiga, Lauren, que estava sentada diante dela em uma cafeteria e livraria da moda em Manhattan, intervir:

- Você não vai cortar o pênis dele, então pare de fantasiar a respeito.

Ninguém engasgou perante as palavras de Lauren, então obviamente ela não fora ouvida pelas pessoas ao redor. Não era surpreendente; elas estavam enfiadas em um cantinho nos fundos da cafeteira. Além disso, a Beans & Books estava apinhada de compradores em frenesi devido á percepção de que só tinha um dia e meio de compras antes do Natal. Cada pessoa ali estava escutando apenas a contagem regressiva para a festa tiquetaqueando na própria cabeça.

- E você, já parou de fantasiar sobre fazer sexo com Cara Delevingne e Lana Del Rey ao mesmo tempo? - apontou ela.

- Ei, isso pode realmente acontecer um dia - disse Lauren com sorriso. - Pelo menos é possível. Ao contrário da possibilidade de você, Miss Simpatia, realmente dar uma de Lorena Bobbitt, nas fuças de um cara, mesmo que ele mereça totalmente.

Na verdade não eram bem com as fuças de Stefan que Normani queria, dar uma de Lorena Bobbitt. Ela sabia, no entanto, que Lauren estava certa. Normani não era o tipo violenta, exceto em suas fantasias. Ela pode até se divertir encenando um joguinho, mas sabiar aquilo não iria render nada.

- Posso pelo menos sofrer e fazer planos durante uma hora?

- Claro. Mas deveríamos fazer isso bebendo cerveja ou tequila em um bar. Cafe em uma loja lotada simplesmente não combina com sofrimentos e planos de vingança.

Verdade. Principalmente agora, que aquele lugar não era mais o mesmo local silencioso e aconchegante que ela adorava frequentar desde que se mudará para Nova York há três anos e meio. Aquele já havia sido seu lugar favorito para encontrar os amigos, fazer trabalhos da faculdade ou simplesmente aproveitar o silêncio em meio aos perfume de grãos de café arábico recém moídos.

Desde uma reforma recente, no entanto, o lugar se transformou de uma cafeteria bonitinha e pouco visitada para um local ensandecido, um ímã de cartões de créditos rrepleto de livros superfaturados, calendários e artigos de papelaria. Os moradores da cidade mestres na arte da multitarefa foram atraídos para o lugar a fim de matar dos coelhos com uma cajadada só. Ali poderia comprar um presente de última hora para a tia-avó, um livro de enfeitar mesinhas de centro ridiculamente caro chamado A vida particular dos gnomos de jardim, talvez enquanto aguardavam por seu latte light batido de baunilha com chá de romã.

The Emotions - Norminah (Dinah G!¡P)Onde histórias criam vida. Descubra agora